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Delatores dizem que OAS fazia caixa 3 em campanhas eleitorais

Empresas terceiras doavam para políticos e eram recompensadas em contratos

. (Nelson Junior/ASICS/TSE/Dedoc/Divulgação)

Lucas Agrela

Publicado em 9 de março de 2019 às 11h24.

Última atualização em 9 de março de 2019 às 13h31.

São Paulo -- Ex-funcionários da empreiteira OAS denunciaram um esquema chamado de caixa 3 na empresa para ocultar doações em campanhas eleitorais. Os laranjas eram suas empresas prestadoras de serviços. As informações são do jornal Folha de S. Paulo .

Para driblar o limite de 2% de faturamento bruto para doações, a construtora pedia que seus fornecedores fizessem contribuições oficiais para determinados candidatos. Em troca, ela dava contratos superfaturados em seus acordos. Essa prática também foi usada pela Odebrecht.

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As delações não indicam os beneficiários desse esquema. Entre os anos de 2010 e 2014, 13 empresas mencionadas na delação fizeram repasses eleitorais de 5 milhões de reais a 40 candidatos, em três direções partidárias. A Folha indica a ligação de nomes como os de Onyx Lorenzoni, ministro da Casa Civil, Marcelo Crivella, prefeito do Rio, e os ex-governadores Sérgio Cabral e Tarso Genro.

Em 2014, quando a Operação Lava Jato já estava em curso, Ramilton Machado Lima Junior, um dos delatores, afirmou que o vice-presidente da OAS César Mata Pires Filho determinou que fosse feito o máximo possível para gerar caixa dois para que fosse realizado o esquema de caixa três, com doações partindo de terceiros para políticos e compensação sendo em contratos de valor acima do necessário.

A OAS informou que os relatos são de "ex-executivos" e que o grupo já "conta com uma nova gestão e tem contribuído com a Justiça, prestando todos os esclarecimentos que se façam necessários".

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