Edson Fachin: os detalhes sobre os ajustes solicitados pelo ministro não foram divulgados (Ueslei Marcelino/Reuters)
Agência Brasil
Publicado em 31 de agosto de 2017 às 16h38.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) devolveu hoje (31) ao ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), a delação premiada do operador financeiro Lúcio Bolonha Funaro, apenas um dia após o magistrado ter enviado o documento para que fossem feitos ajustes pelos procuradores.
Como o acordo de delação encontra-se sob sigilo, os detalhes sobre os ajustes solicitados por Fachin não foram divulgados, mas a rapidez com que o documento retornou ao STF indica se tratar de uma correção simples.
A delação de Funaro chegou pela primeira vez ao STF na última terça-feira (29). A expectativa é que o acordo seja homologado em breve por Fachin, autorizando que os depoimentos do operador sejam utilizados pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, em novas denúncias contra políticos, entre eles, o presidente Michel Temer.
Funaro é testemunha-chave em investigações envolvendo Temer, o ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e ainda os ex-ministros Henrique Eduardo Alves e Geddel Vieira Lima.
O operador é processado pela Justiça Federal em Brasília como resultado de três operações da Polícia Federal (PF) - Greenfield, Sépsis e a Cui Bono? - que envolvem suspeitas de desvios de recursos públicos e fraudes na administração de quatro dos maiores fundos de pensão de empresas públicas do país: Funcef (Caixa), Petros (Petrobras), Previ (Banco do Brasil) e Postalis (Correios).
O analista financeiro também foi citado nas delações da empresa JBS.