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Déficit em conta corrente é facilmente financiável, diz Quest

Economista Fabio Maciel Ramos afirma que o Brasil não depende de capital especulativo para fechar as contas no azul

Rombo na conta de turismo chamou a atenção do economista da Quest Investimentos

Rombo na conta de turismo chamou a atenção do economista da Quest Investimentos

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Da Redação

Publicado em 23 de fevereiro de 2011 às 13h01.

São Paulo – O déficit em transações correntes do Brasil neste ano deverá ficar entre US$ 60 bilhões e US$ 65 bilhões, montante que será facilmente financiável. A avaliação é do economista da Quest Investimentos Fabio Maciel Ramos, que participou nesta quarta-feira (23) do programa “Momento da Economia”, na Rádio EXAME.

“O número de janeiro (déficit de US$ 5,4 bilhões) é razoável e, para ser sincero, há alguns meses era esperado algo até pior. O que tem segurado o resultado são as exportações muito fortes por causa da alta das commodities. (...) Quase dois terços da nossa pauta de exportações são dominadas por commodities”, diz Ramos.

O economista lembra que há 5 meses as previsões para o déficit em conta corrente neste ano eram de US$ 80 bilhões. “Hoje o mercado já fala em US$ 67,5 bilhões e a Quest Investimentos trabalha com um intervalo de US$ 60 bilhões a 65 bilhões. Porém, se tivermos algum problema com as commodities lá fora, o quadro muda.”

Quanto ao financiamento desse rombo, Fábio Maciel Ramos não vê problemas. “Um resultado de até 4% ou 5% do PIB é facilmente financiável. Hoje o déficit em 12 meses está em 2,3% do PIB. O número de investimento estrangeiro direto superou as expectativas, com US$ 3 bilhões em janeiro. Em 12 meses, bateu em US$ 50 bilhões. Isso mais do que compensa o déficit em conta corrente, sem depender do capital que vem ao Brasil para ações e títulos públicos.”

Do conjunto de dados referentes a janeiro, o que mais chamou a atenção do economista da Quest Investimentos foi o rombo na conta de viagens internacionais. Além disso, está crescendo o déficit nas remessas de lucros e dividendos das empresas. “Com a crise ainda forte lá fora, as empresas (instaladas no Brasil) remetem seus ganhos para socorrer suas unidades em outros países.”

Na entrevista (para ouvi-la na íntegra, clique na imagem ao lado), Fabio Maciel Ramos utiliza o exemplo da construção civil para mostrar que muitas empresas estão importando serviços, o que ajuda a aumentar o rombo externo. 

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