Mendes: ministro também determinou na sexta (11) adiamento do depoimento do ex-diretor da Dersa em processo que investiga desvios de R$ 7,7 milhões (Fernando Frazão/Agência Brasil)
Estadão Conteúdo
Publicado em 14 de maio de 2018 às 22h22.
Brasília - A defesa do ex-diretor da Dersa Paulo Vieira de Souza, apontado como operador do PSDB, reclamou ao ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), sobre o pedido de prisão feito nesta segunda-feira, 14, pela Procuradoria da República em São Paulo.
A solicitação da procuradoria foi feita para a 5.ª Vara Federal de São Paulo três dias após Souza ser beneficiado por uma decisão de Gilmar, que o livrou da prisão preventiva, onde estava desde o início de abril. Souza é acusado em processo que investiga desvio de recursos de R$ 7,7 milhões da Dersa, entre 2009 e 2011.
Para o Ministério Público Federal, o ex-diretor da Dersa demonstrou "total desrespeito à Justiça" ao não comparecer à uma oitiva na 5ª Vara Federal, agendada para esta segunda. Na sexta-feira, 11, além de conceder a liberdade, Gilmar também deu outra decisão favorável ao ex-diretor da Dersa, que pedia para adiar o depoimento. O ministro atendeu à solicitação parcialmente, determinando que o juiz responsável pelo processo na primeira instância analisasse previamente as respostas de Souza à acusação antes de realizar a oitiva.
Na petição protocolado hoje ao Supremo, a defesa do ex-diretor da Dersa afirma que foi "surpreendida" com a decisão da juíza da 5ª Vara em manter o depoimento. Para a defesa de Souza, o MPF de São Paulo e a juíza de primeira instância decidiram "ignorar" a decisão de Gilmar. Ao fim, os advogados do ex-diretor pedem ao ministro que impeça a prisão de Souza, solicitada pelo Ministério Público Federal.