Por que Temer torceu o nariz para vitória na votação da PEC 241?
Temer queria ampliar votos para passar mensagem de controle sobre base governista
Marcelo Ribeiro
Publicado em 26 de outubro de 2016 às 15h30.
Última atualização em 26 de outubro de 2016 às 15h56.
Brasília – A aprovação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) do teto de gastos públicos em segundo turno foi bem recebida no Palácio do Planalto, mas o fato de ter sido uma vitória mais magra do que no primeiro turno teria incomodado o presidente Michel Temer (PMDB).
O texto-base da proposta foi aprovado por 359 deputados. Por outro lado, 116 parlamentares votaram contra o texto elaborado pelo relator Darcísio Perondi (PMDB-RS). Foram apenas duas abstenções. O que mudou em relação ao primeiro turno? O apoio à PEC teve 7 votos a menos, enquanto a oposição conquistou 5 novos votos.
Segundo auxiliares do peemedebista, a intenção dele era ampliar a margem de votos favoráveis à PEC do teto de gastos públicos para passar a mensagem de que o governo tem total controle sobre a base aliada.
Mas qual era a preocupação do governo em aprovar a matéria com margem expressiva? O próximo passo é emplacar a reforma da Previdência, considerada essencial para dar fôlego a economia.
Como a pauta é ainda mais polêmica que a PEC do teto, o governo queria manter a margem que conseguiu no primeiro turno. De acordo com auxiliares de Temer, isso representaria um aceno ao mercado de que o “o governo está no caminho certo”.
Antes da votação, o governo esperava conseguir pelo menos 370 votos a favor da proposta que limita gastos públicos. O próprio ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha (PMDB-RS) oficializou a aposta.
Mesmo sem conseguir ampliar a margem, Temer mantém seu cronograma de encontros com senadores para falar sobre a proposta. Mais tarde, o presidente ia oferecer um jantar aos parlamentares no Palácio do Alvorada. A ausência de grande parte dos senadores da capital federal fez com que o Planalto adiasse o encontro para a próxima semana. Pelo mapa de votação esboçado pelo Palácio do Planalto, a expectativa é conseguir apoio de pelo menos 58 senadores.