Cunha: “É o desespero de quem vai perder suas boquinhas, de quem está saindo do governo, que não se conforma com o resultado da votação” (Lula Marques/Agência PT/Fotos Públicas)
Da Redação
Publicado em 28 de abril de 2016 às 15h17.
Alvo de inúmeros ataques durante os últimos discursos no plenário da Câmara, o presidente da Casa, Eduardo Cunha, que tem sido chamado de corrupto, bandido e gangster, durante pronunciamentos de parlamentares da base governista, confirmou que entrará com medidas de retratação.
“Vou entrar com queixa-crime no Supremo Tribunal Federal e representar na Corregedoria da Câmara contra todos que estão saindo da crítica política e partindo para a agressão e ofensa pessoal”, afirmou.
Cunha comparou o Partido dos Trabalhadores (PT), legenda que tem cravado as falas mais fortes contra ele, a uma organização criminosa, e afirmou que não vai cair na tentativa “de golpe”, reagindo “ao destempero deles”.
“É o desespero de quem vai perder suas boquinhas, de quem está saindo do governo, que não se conforma com o resultado da votação”, afirmou.
Ritmo
Desde o final da manhã de hoje (28) Eduardo Cunha conduzia a sessão da Câmara na qual pretendia votar regimes de urgência para três projetos em tramitação. Apesar de haver acordo para a votação, apenas um deles foi apreciado.
Os deputados, por 277 votos a 4, garantiram ritmo acelerado para o projeto de lei (2.648/15), que aumenta em 41% os salários dos servidores do Poder Judiciário.
Com o esvaziamento do plenário, não foi possível concluir a votação do pedido de urgência para o projeto (6.697/09) que reajusta os salários dos servidores do Ministério Público da União.
O quórum mínimo necessário era de 257 deputados, mas apenas 232 registraram presença.
Desde que o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff foi encaminhado para o Senado, Cunha tem afirmado que não há vontade política para votações na Casa.
Ele garantiu que não houve “personalismo” na afirmação, e que se baseou na informação dos partidos de oposição. Eles anunciaram que aguardarão a posição dos senadores sobre o processo de afastamento da presidenta.
“Não está na normalidade. Você chama o governo para encaminhar e não existe governo nem para encaminhar [as matérias para serem votadas]. Obviamente não estamos em ambiente de normalidade. A Câmara e o mundo político estão em compasso de espera”, afirmou.