Cultivar a “beleza interior” custa mais caro, diz FGV
Educação formal, educação informal, material escolar, jornais e revistas e espetáculos ficaram acima da inflação, diz pesquisa da FGV
Da Redação
Publicado em 9 de fevereiro de 2011 às 22h40.
Rio de Janeiro - A máxima de que o importante é a beleza interior tem custado caro para os brasileiros. Pesquisa da Fundação Getulio Vargas (FGV) mostrou que os custos médios somados de produtos e serviços que servem de alimento para a mente, como educação formal (aumento de 7,02%), educação informal (6,85%), material escolar (5,75%), livros (5,4%), jornais e revistas (3,66%) e espetáculos (3,63%) ficaram acima da inflação no período pesquisado, de fevereiro de 2010 a janeiro de 2011.
Enquanto esses itens, batizados pela FGV como de “beleza interior” atingiram aumento percentual de 6,35%, a inflação pelo índice IPC/FGV ficou em 6,21%. O cálculo tomou como regra a média ponderada, que leva em conta o peso dos produtos ou serviços no orçamento familiar. Já outros produtos e serviços, de "beleza exterior", tiveram na soma média aumentos de 5,16%, abaixo da inflação. Entre eles estão barbearia (aumento de 9,33%), salão de beleza (9,3%), academia de ginástica (8,58%), esmalte (6,88%), vestuário (4,31%) e protetores para a pele (3,89%).
Para o economista André Braz, coordenador da pesquisa, os ganhos salariais de parcela de brasileiros e a recomposição contínua do salário mínimo estão entre as explicações do aumento de determinados serviços. “A nossa economia ainda está aquecida e boa parte dos salários pagos aos profissionais de vários segmentos está com aumento acima da inflação média ao longo dos últimos anos. E esses aumentos fazem parte da estrutura de custo desses negócios, como a educação. Há também interesse maior da sociedade em investir na formação pessoal, até para garantir uma posição de destaque no mercado de trabalho”, explicou.