Crivella mantém reabertura gradual no Rio apesar de decreto de Witzel
Decisão da Prefeitura do Rio de Janeiro era aguardada neste domingo, 7, após governo do estado decidir por reabertura mais ampla em meio ao coronavírus
Reuters
Publicado em 7 de junho de 2020 às 19h00.
Última atualização em 7 de junho de 2020 às 22h30.
A prefeitura do Rio de Janeiro decidiu neste domingo manter seu plano de reabertura gradual diante da pandemia do novo coronavírus, mesmo depois de o governo estadual liberar a partir deste sábado, 6, um conjunto mais amplo de atividades.
O prefeito Marcelo Crivella (Republicanos) anunciou que manterá seu planejamento de reabertura em seis fases, após se reunir com o comitê científico do governo municipal.
"A decisão de manter o plano de reabertura foi tomada por unanimidade", disse Crivella a jornalistas neste domingo. "Se tudo correr bem, se tiver higiene, usar máscara, sem aglomeração, com certeza em agosto estaremos em um novo normal com a vida toda aberta na cidade", acrescentou.
O plano municipal prevê uma abertura em seis fases, ou seja, a cada 15 dias, a depender da curva de contaminação da Covid-19 na cidade, do número de casos, óbitos e internações, do índice de transmissão da doença e da disponibilidade de leitos para tratamento.
Na primeira fase foi autorizado o funcionamento de lojas de móveis e decoração, concessionárias de veículos, atividades em centros esportivos e esportes aquáticos. Os camelôs cadastrados pela prefeitura também foram autorizados a funcionar na primeira etapa.
"O conselho científico debateu muito e... temos medo de recaídas, ainda mais num momento com melhora dos indicadores. Uma abertura ampla geral e irrestrita poderia ser prejudicial", disse Crivella.
O Estado, através de decreto do governador Wilson Witzel (PSC) que entrou em vigor no sábado, liberou imediatamente pontos turísticos, shoppings centers, bares, restaurantes, jogos de futebol e outros. Mas a prefeitura só irá permitir a retomada de centros comerciais e jogos de futebol a partir do dia 17. Os pontos turísticos na cidade, como Pão de Açúcar e Cristo Redentor, e os bares e restaurantes só podem reabrir na cidade a partir de julho.
"A gente converge nas recomendações para a reabertura, mas o que diverge é o ritmo", disse o prefeito.
O Estado do Rio tem 67.756 casos confirmados de Covid-19 e 6.707 mortos. Na cidade, são 36.115 casos e 4.462 óbitos.