Crise entre França e Doria faz Alckmin voar para longe
ÀS SETE - O ex-governador do Estado e agora candidato à Presidência não pode perder o apoio de nenhum dos dois nomes, mas entre eles a história é outra
Da Redação
Publicado em 13 de abril de 2018 às 06h30.
Última atualização em 13 de abril de 2018 às 07h26.
Conforme os ânimos esquentam nas eleições que definem o sucessor no governo do estado de São Paulo, fica mais difícil para o ex-governador Geraldo Alckmin manter uma postura isenta.
Às Sete – um guia rápido para começar seu dia
Leia também estas outras notícias da seçãoÀs Setee comece o dia bem informado:
- A dois meses da Copa, Rússia ainda precisa inaugurar 5 estádios
- Na Cúpula das Américas, Ivanka Trump defende mais mulheres na economia
- Farc tem até hoje para provar ao Equador que jornalistas estão vivos
- Curtas – uma seleção do mais importante no Brasil e no mundo
Neste fim de semana, ele recusou convite para o palanque de seu pupilo João Doria (PSDB), ex-prefeito de São Paulo que disputa a cadeira do Palácio dos Bandeirantes. Optou por mandar um vídeo e viajar o Brasil, diz a coluna Painel, do jornal Folha de S. Paulo.
Por trás da estratégia, Alckmin não quer se indispor com Márcio França (PSB), seu antigo vice. O tucano mantém esperança de trazer para sua coligação de candidatura à Presidência da República o partido de França, que agora tem entre seus quadros o ex-presidente do Supremo Joaquim Barbosa. Fazer o jogo duplo, porém, já se mostrou difícil na primeira semana.
Doria e França alfinetam-se sem parar. O tucano diz que o peessebista é “esquerdista” e nada tem a ver com ele. França afirmou que Doria “não tem palavra” em entrevista à Folha, pela tentativa de cacifar à Presidência no início de 2017 e por abandonar o mandato na Prefeitura depois de prometer que não o faria.
Nesta semana, o clima esquentou. Em entrevistas à rádio Jovem Pan, os adversários subiram o tom. Doria chamou o adversário de “Márcio Cuba” e insinuou que o agora governador estaria aliciando líderes partidários com a máquina estatal paulista. Márcio França prometeu processar o tucano.
“O caso do prefeito que abandonou SP é psicológico, e não político”, disse o governador. Para jogar água na cruzada de Doria em taxar França de “extremista”, o governador apareceu em clima amistoso com Bruno Covas (PSDB), que assumiu a Prefeitura, falando em parcerias.
A batata quente vai para o colo de Alckmin. Perder o apoio de um dos dois é prejudicial para uma campanha que sofre a embalar no seu maior reduto e principal colégio eleitoral do país.
Em pesquisas recentes, o deputado federal Jair Bolsonaro está na frente do ex-governador em intenção de voto, o mesmo que perdeu em apenas um município em sua campanha de reeleição, em 2014. Voar para longe não pode ser opção por muito tempo.