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Cresce número de mulheres prefeitas no 1º turno, mas elas são apenas 13% do total

Dados do TSE apontam que 722 mulheres foram eleitas neste domingo, 6, ante o total de 656 que chegaram ao comando do Executivo municipal em 2016; Confira os nomes

A primeira mulher eleita prefeita neste domingo, 6, foi Corrinha de Geomarco (PSB), na cidade de Dormentes, em Pernambuco (Instagram/Reprodução)

A primeira mulher eleita prefeita neste domingo, 6, foi Corrinha de Geomarco (PSB), na cidade de Dormentes, em Pernambuco (Instagram/Reprodução)

Publicado em 7 de outubro de 2024 às 16h38.

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O número de mulheres eleitas prefeitas no primeiro turno das eleições municipais de 2024 cresceu em comparação com o pleito de 2020. De acordo com dados atualizados às 13h10 desta segunda-feira, 7, pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), 722 mulheres estarão no comando do poder Executivo municipal a partir de 1º de janeiro de 2025, contra 656 que foram eleitas há quatro anos.

Apesar do número, a participação feminina ainda representa apenas 13,21% do total de candidatos que se elegeram para as prefeituras. Ao todo, 4.744 homens foram eleitos, o que representa 86,79% dos vencedores neste domingo, 6.

Nas capitais, por exemplo, nenhuma mulher foi eleita no primeiro turno, assim como aconteceu em 2020. Por outro lado, a eleição nesse ano já garantiu que a prefeitura de Campo Grande, em Mato Grosso do Sul, terá uma prefeita no próximo ano. O nome deverá ser ratificado pelos eleitores no próximo dia 27 de outubro, quando eles poderão escolher se querem a reeleição de Rose Modesto (União Brasil) ou a eleição em segundo turno de Adriane Lopes (PP).

Hoje, apenas a capital sul-matogrossense e a cidade de Palmas são governadas por mulheres. No caso da capital de Tocantins, Cinthia Ribeiro (PSDB), que foi reeleita em 2020, deixa o cargo e verá a disputa entre Janad Valcari (PL) e Eduardo Siqueira Campos (Podemos).

Nenhuma mulher eleita no 1º turno nas capitais

Além de Modesto, Lopes e Valcari, outras cinco candidatas buscam o cargo de prefeitas em capitais. É o caso de Mariana Carvalho (União Brasil) em Porto Velho, onde concorre contra Léo Moraes (Podemos); Emilia Correa (PL) que disputa a prefeitura de Aracaju contra Luiz Roberto (PDT); Cristina Graeml (PMB), em Curitiba, contra Eduardo Pimentel (PSD); Maria do Rosário (PT), em Porto Alegre, que enfrenta Sebastião Melo (MDB) e Natália Bonavides (PT) contra Paulinho Freire (União Brasil) em Natal.

No grupo de 103 cidades com mais de 200 mil eleitores, que podem ter segundo turno, em 51 a disputa foi decidida no primeiro turno e, em cinco delas com mulheres eleitas. Nos outros 52 municípios, incluindo as capitais, em que a eleição para prefeito segue, em 15 delas há candidatas mulheres.

A primeira mulher prefeita foi conhecida por volta das 18h, quando o TSE confirmou a eleição de Corrinha de Geomarco (PSB), na cidade de Dormentes, em Pernambuco. A futura prefeita era a única candidata da cidade de 19 mil habitantes e ganhou 1.047 votos.

Ao todo, 2.381 candidaturas femininas foram inscritas na disputa para as prefeituras das mais de 5,6 mil cidades brasileiras. A taxa de sucesso foi de cerca de 30%. O total de inscrições ficou abaixo de 2020, quando as candidaturas de mulheres somaram 2.601, mas com uma taxa de eleição acima do resultado de quatro anos, que foi de 25%.

Em coletiva à imprensa, neste domingo, a presidente do TSE, ministra Cármen Lúcia, lamentou o fato de as mulheres representarem mais da metade do eleitorado, mas ainda assim a baixa representatividade feminina persistir. Segundo o Censo de 2022 do IBGE, 51,5% da população brasileira é do sexo feminino, enquanto 48,5% é do sexo masculino. As mulheres também representam a maioria do eleitorado, de acordo com a Justiça Eleitoral, com 52,7% do total.

"Ainda somos tão poucas no cenário da participação política", afirmou a ministra, destacando-se sentir-se triste, principalmente pelo resultando nas capitais, que não garantiram vitória no primeiro turno a nenhuma mulher. O que foi atribuído às desigualdades de gênero que cercam as mulheres.

"O desvalor que se atribui a nós, mulheres, é exatamente para que a gente não tenha a possibilidade de, em igualdade de condições, exercer os mesmos direitos que seriam de parceria, de conjugação, de humanidades, e não de busca de poder pelo poder, até porque ele não traz muita coisa", disse a ministra.

Confira os nomes das prefeitas eleitas

Numericamente, os estados de São Paulo e Minas Gerais foram os que mais elegeram mulheres, com 67 em cada um. Na sequência estão as unidades federativas: Bahia, com 59; Paraíba com 54 e Maranhão e Rio Grande do Norte com 42 mulheres eleitas em cada.

Já entre cinco com menores números, quatro ficam na região Norte do Brasil. São eles: Acre, com 1 candidatura feminina eleita; Amapá, com 2; Rondônia com 3, Roraima, 4, e Espírito Santo, no Sudeste, com 2.

Confira essas informações e os nomes e partidos das candidatas eleitas no primeiro turno das eleições municipais de 2024, realizado neste domingo, 6 de outubro, na lista abaixo.

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