Acidente aconteceu em canteiro de obra da futura Linha 6-Laranja do Metrô (TV Globo/Reprodução)
Publicado em 12 de dezembro de 2024 às 13h44.
Última atualização em 12 de dezembro de 2024 às 14h58.
Um muro desabou e um buraco se abriu em um canteiro de obras próximo da futura estação Bela Vista, da linha 6-laranja do metrô de São Paulo, nesta quinta-feira, 12. Não houve feridos, segundo a concessionária LinhaUni, que realiza a obra.
"Durante a passagem da tuneladora sul no poço VSE Almirante Marques, próximo à futura estação Bela Vista, houve um solapamento parcial do solo dentro do canteiro de obras. Por medida de segurança, a área ao redor do poço já havia sido isolada. Não há feridos e o ocorrido não oferece riscos à população", disse a LinhaUni, em comunicado.
Por conta do acidente, um muro desabou na rua Rui Barbosa, 714, na Bela Vista, de acordo com o Corpo de Bombeiros.
VSE é uma sigla para "Ventilação e Saída de Emergência". As linhas de metrô costumam ter postos do tipo entre as estações, para melhorar a circulação de ar e permitir evacuações dos túneis se houver necessidade.
Em 2021, moradores do bairro apontaram que a região do VSE Almirante Marques abriga nascentes de rios, como o Saracura Pequeno, que foram aterrados para a construção de ruas e avenidas, décadas atrás. O rio Saracura foi encoberto pela avenida Nove de Julho.
A linha 6-laranja ligará a Brasilândia, na zona norte de São Paulo, a São Joaquim, na área central, passando por bairros como Freguesia do Ó, Pompeia, Perdizes e Higienópolis. O ramal passará perto de entidades como Unip, PUC, Faap e Mackenzie, o que gerou o apelido de "linha das universidades".
"Hoje temos a previsão de entregar a obra parcialmente, no segundo semestre de 2026, com o trecho de Brasilândia a Perdizes. E a operação completa entre setembro e outubro de 2027", disse André de Angelo, diretor para o Brasil da Acciona, em entrevista à EXAME, em maio. A Acciona faz parte do consórcio LinhaUni e está construindo a linha. A empresa também vai operar o serviço por 19 anos, após a entrega da obra.
A linha 6 é construída no modelo de PPP, em que o estado e a empresa dividem os investimentos, previstos em R$ 15 bilhões no total. A expectativa é que o ramal todo, de 15,3 km e 15 estações, seja percorrido em 23 minutos e atenda a 630 mil pessoas por dia.
O novo ramal teve a construção iniciada em 2015 por outro consórcio, que incluia Odebrecht e Queiroz Galvão, abaladas pela Lava Jato. O grupo suspendeu os trabalhos em 2016 e, após alguns anos de embate com o governo estadual, deixou o projeto. A Acciona assumiu as obras em 2020.
Veja abaixo perguntas e respostas sobre o novo ramal: