Rivellino: o ex-jogador é o mais decepcionado com o retorno de Dunga (AFP/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 22 de julho de 2014 às 09h24.
São Paulo - A escolha de Dunga como novo técnico da seleção, que deverá ser oficializada nesta terça-feira pela CBF, não representa a reformulação de que a equipe necessita, dentro e fora de campo.
Além disso, deixa mais dúvidas que do esperanças sobre o futuro do time. Em linhas gerais, essa é a opinião de ex-jogadores, dirigentes e técnicos ouvidos pelo jornal O Estado de S. Paulo.
Rivellino é o mais decepcionado com o retorno de Dunga. "É o momento de uma reformulação, de pessoas diferentes. Eu queria o Guardiola", crava o ex-meia campeão do mundo na Copa de 1970.
"Qual é a filosofia que o Dunga vai implantar? Será a mesma de 2010? Ele se aperfeiçoou nos últimos anos? Os números deles na primeira passagem pela seleção são bons, mas não vivemos só de números. Além disso, ele saiu da seleção com uma imagem de perdedor e teve vários desentendimentos com a imprensa."
A questão do relacionamento também preocupa Roberto Dinamite, presidente do Vasco.
"Ele ressalta a questão da disciplina tática e técnica. Isso é importante. Mas é o momento de ouvir e ser ouvido e escolher bons profissionais para a comissão técnica. Ele não vai trabalhar sozinho. É um trabalho de equipe", disse o ex-jogador, que fez história como grande artilheiro do time vascaíno.
José Altafini, o Mazzola, campeão do mundo pela seleção brasileira em 1958 e que trabalha na Itália como comentarista esportivo, vê problemas técnicos na escolha do capitão de 1994 como novo treinador do Brasil.
"Não sei se ele é mais indicado para fazer um time jogar para a frente, armar e criar. Principalmente no momento atual do futebol brasileiro, em que o material humano é escasso e existem sérios problemas estruturais", diz Mazzola. "Ele não tinha apoio antes porque não fez uma campanha fantástica. É uma renovação que começa mal."
Vampeta, presidente do Grêmio Osasco Audax, vai contra a corrente e defende a escolha do treinador gaúcho. "O Dunga deveria ter continuado desde 2010. Ele foi campeão da Copa América, da Copa das Confederações e ficou em primeiro nas Eliminatórias. Perdeu da Holanda em um jogo normal em 2010", diz o ex-corintiano.
"O único jeito de apagar a rejeição com que ele volta ao cargo é conseguir bons resultados", receita.