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Covid cresce em hospitais privados de SP, mas casos têm menor gravidade

Conforme o levantamento, 84% dos hospitais notificaram aumento nos atendimentos de pessoas com suspeita de covid ao longo dos últimos dias

Ao todo, 90 hospitais privados de todo o Estado foram consultados pelo SindHosp entre os dias 11 e 21 deste mês (bloomberg/Getty Images)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 23 de novembro de 2022 às 09h19.

Atendimentos a casos suspeitos de covid-19 aumentaram em oito em cada dez hospitais privados de São Paulo nos últimos dias, mas a maioria dos pacientes não precisou ser internada. Isso é o que aponta levantamento a ser divulgado nesta quarta-feira, 23, pelo Sindicato dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo (SindHosp).

Especialistas da área médica dizem que, até o momento, o avanço de casos tem sido marcado por quadros leves, mas reforçam a importância de completar o esquema vacinal e de adotar medidas como uso de máscara em locais fechados e de aglomeração. O País tem passado por uma nova onda de covid, impulsionada por subvariantes da Ômicron.

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Ao todo, 90 hospitais privados de todo o Estado foram consultados pelo SindHosp entre os dias 11 e 21 deste mês. Desses, 77% ficam no interior e 23% na capital. Conforme o levantamento, 84% dos hospitais notificaram aumento nos atendimentos de pessoas com suspeita de covid ao longo dos últimos dias.

Entre esses hospitais, a maioria (39%) relatou alta de 21% a 30% nos atendimentos a pacientes com esse perfil. Em 31%, esse crescimento ficou entre 11% e 20%. Outras 21% dessas instituições registraram crescimento de até 20%, enquanto em 9% a variação foi superior a 31%.

Ainda com o avanço de atendimentos, a maior parte dos hospitais (73%) relata que o aumento de pacientes hospitalizados foi menor que 5% tanto em leitos de UTI como em leitos clínicos. Em 18%, essa alta ficou entre 6% a 10%. Em apenas 9% deles o crescimento foi superior a 11%.

Cuidados

Presidente do SindHosp, o médico Francisco Balestrin afirma que a maior circulação do coronavírus de fato ocorre neste momento, o que demanda atenção para cuidados sanitários. "No entanto, o volume de internações ainda é baixo", pondera.

"Avaliamos que os casos evoluem sem gravidade, não necessitando de internação hospitalar", destaca Balestrin. "Mas ratificamos a necessidade de que a população use máscara em locais com aglomerações e mantenha o protocolo de segurança à saúde, com a lavagem de mãos, e cumpra o calendário de vacinação."

Infectologista do Hospital Sírio-Libanês, Mirian Dal Ben aponta que, especialmente nas últimas duas semanas, a instituição tem observado um "aumento importante no número de casos". "A expectativa é de que a gente atinja o pico (de casos) na primeira semana de dezembro", aponta. Segundo ela, o número de internações não tem subido em igual proporção, mas ainda assim exige uma reorganização.

"Os hospitais estão tendo de se reorganizar para conseguir atender a essa demanda de pacientes que estão precisando ser internados", diz ela. Há atualmente 50 pacientes internados com diagnóstico de covid no Sírio-Libanês, sendo 32% em leitos de terapia intensiva. Aumentou cinco vezes em relação à primeira semana de novembro. "Estão sendo internados muitos pacientes sem a dose de reforço, principalmente idosos", aponta a médica, que reforça a necessidade de a população tomar as doses adicionais.

Ela alerta ainda que outros grupos estão sendo afetados. "Outra população que tem procurado muito o pronto-socorro e internado também são as crianças, principalmente as que ainda não estão vacinadas", complementa. A imunização do público-alvo de 6 meses a 2 anos começou apenas na semana passada no País.

"Parece um cenário de menor gravidade do que a gente já tinha visto com a Ômicron (em janeiro), mas se vai ser mais brando ainda do que as últimas ondas a gente ainda não sabe", aponta Daniela Bergamasco, infectologista do HCor, que relembra que, em outras ondas, o aumento de casos veio antes do aumento de internações.

Para ela, os motivos que ajudam a explicar as internações mais graves não estarem subindo tanto podem ir desde os efeitos de uma maior cobertura vacinal a outros fatores, como características ainda desconhecidas das novas subvariantes.

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