Blairo Maggi: senador vai trocar o PR pelo PP paar poder assumir ministério em eventual governo de Michel Temer. (Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Da Redação
Publicado em 11 de maio de 2016 às 13h07.
Brasília - O senador Blairo Maggi (MT) se filiará ao PP na tarde desta quarta-feira, 11. O parlamentar ingressará na legenda para possivelmente assumir o Ministério da Agricultura no eventual Michel Temer na cota de sua nova sigla. Até então, ele era filiado ao PR.
Maggi já vinha negociando sua filiação desde a semana passada, após ser convidado pelo presidente do PP, senador Ciro Nogueira (PI). Além da Agricultura, Ciro também vislumbra que o futuro ministro possa ser o candidato do PP para as eleições presidenciais de 2018.
Agrônomo de formação, Blairo Maggi tem forte atuação no agronegócio. Ele é dono de várias empresas ligadas ao setor. Em Mato Grosso, ele é conhecido como o "rei da soja".
Na terça-feira, 10, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Dias Toffoli determinou o arquivamento do inquérito contra o senador Blairo Maggi (PMDB-MT) em que o parlamentar era investigado por corrupção na Operação Ararath.
O ministro acolheu uma manifestação do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que pediu o arquivamento por falta de provas.
O inquérito foi aberto em 2013, quando a Ararath passou a investigar operações clandestinas de uma instituição financeira que atuava sem autorização do Banco Central e serviria como fachada para lavagem de dinheiro.
O esquema envolveria também negociações para a "compra" de vaga no Tribunal de Contas de Mato Grosso.
Na manifestação enviada ao Supremo, Janot afirmou que a PGR não conseguiu "alcançar prova razoavelmente efetiva e conclusiva de execução direta ou participação" de Maggi nos crimes de corrupção passiva e ativa.
O procurador-geral da República considerou no pedido que as acusações contra Maggi haviam sido feitas apenas por uma pessoa que já voltou atrás em seu depoimento.
A Operação Ararath desvendou um esquema de pagamentos irregulares feitos pelo governo de Mato Grosso para empreiteiras com o objetivo final de beneficiar agentes públicos e políticos do Estado.
A Polícia Federal estima que o esquema tenha funcionado por pelo menos seis anos, e movimentou mais de meio bilhão de reais nas contas dos investigados.