Espanha: as suspeitas de irregularidades na gestão da equipe foram levadas à Justiça (Andrea Comas/Reuters)
EFE
Publicado em 19 de abril de 2017 às 10h03.
Última atualização em 19 de abril de 2017 às 10h03.
Madri - O caso de corrupção envolvendo a empresa pública de gestão de água em Madri, Canal de Isabel II, que motivou nesta quarta-feira a detenção de 12 pessoas, entre elas o ex-presidente da Comunidade de Madri, Ignacio González, tem ramificações na América Latina, inclusive no Brasil, segundo fontes da investigação na Espanha.
O juiz que dirige a operação, Eloy Velasco, investiga supostos crimes de prevaricação, organização criminosa, malversação, pagamento de propina, lavagem de dinheiro, fraude, falsidade ideológica e corrupção nos negócios.
Entre os 12 detidos pela Guarda Civil da Espanha se encontra Edmundo Rodríguez Sobrino, considerado o homem de confiança de González na América Latina.
Rodríguez Sobrino foi destituído há um ano como presidente-executivo da Inassa, a filial colombiana da Canal Extensia, que gerencia contratos de gestão de águas na América Latina.
O detido apareceu vinculado a várias sociedades criadas no Panamá, por isso a atual presidente da Comunidade de Madri, Cristina Cifuentes, o destituiu do cargo.
Cifuentes, que foi convocada pelo juiz para testemunhar sobre este caso, disse hoje que tanto ela como sua equipe de governo "estão colaborando ativamente com a Justiça".
Em julho de 2016, o Canal de Isabel II fechou dez filiais que tinha na América Latina porque estas tinham pouca atividade ou porque não eram "razoáveis e compatíveis" com a gestão de águas, explicou na época o então responsável da empresa pública, Ángel Garrido, que continua no cargo.
Entre as empresas com ordem de fechamento, Garrido destacou a radicada no Brasil: Emissão Engenharia e Construções, uma companhia cuja compra supostamente fraudulenta já estava sendo analisada por parte do Canal de Isabel II.
Diante desse panorama, o atual governo autônomo de Cifuentes levou então à Justiça suas suspeitas de irregularidades na gestão da equipe que era presidida por seu antecessor, Ignacio González.
O Canal de Isabel II tinha cerca de 20 empresas filiais em Colômbia, Equador, Panamá, República Dominicana e Brasil que conseguiram quase US$ 20 milhões de lucro em 2015, um valor 93% maior em comparação com o ano anterior, segundo afirmou Garrido há poucos meses.