Corretores do Enem têm de devolver pagamento
Em alguns casos, o Cebraspe pediu a devolução de até R$ 6,2 mil para um colaborador
Da Redação
Publicado em 15 de março de 2016 às 09h46.
São Paulo - Cerca de 600 pessoas que trabalharam na correção do Exame Nacional do Ensino Médio ( Enem ) do ano passado estão sendo cobradas e terão de devolver parte do pagamento que receberam.
O Centro Brasileiro de Pesquisa em Avaliação e Seleção e Promoção de Eventos (Cebraspe), contratado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais (Inep) para a correção da redação e remuneração dos corretores, disse que esses pagamentos foram computados mais de uma vez de forma equivocada.
Os colaboradores (corretores, supervisores e coordenadores), que participaram de capacitação em setembro e trabalharam nas correções até dezembro, receberam os pagamentos em fevereiro.
Mas, no início de março, muitos receberam e-mails em que eram cobrados a devolver parte do valor. Em alguns casos, o Cebraspe pediu a devolução de até R$ 6,2 mil para um colaborador.
Uma das corretoras, que não se identificou por ter assinado cláusula de sigilo, disse que trabalha há 15 anos no Enem e nunca teve problemas desse tipo com o pagamento.
"Quase todos os anos eles atrasam, o que já é uma falta de respeito. Agora, nos pagar errado e depois cobrar é muito pior. Eles não nos dão um demonstrativo de pagamento, então não sabemos se realmente o valor veio errado."
Ela foi cobrada a devolver R$ 600 e disse que já havia gastado quase todo o dinheiro. "Sou professora aposentada da rede pública, não recebo muito.
Então contava com esse dinheiro para pagar algumas despesas, como o dentista, por exemplo." Com receio de contestar a devolução do pagamento e não ser chamada para a edição da prova deste ano, ela devolveu o dinheiro .
Outra corretora da prova, que também não se identificou por causa da cláusula de sigilo, terá de devolver quase R$ 800. "Corrigi 2,5 mil redações no ano passado. Eu não sei se realmente recebi o que devia porque eles não nos mandam demonstrativos ou extratos do pagamento."
Pontual
O Cebraspe disse que o pedido de devolução dos pagamentos equivocados foi uma "situação pontual tendo em vista a complexidade do processamento e operação de pagamentos por meio de ordem bancária de mais de 15 mil pessoas que atuaram em diferentes funções no processo de correção".
Questionado, o Cebraspe não informou qual foi o valor total pago a mais de forma equivocada aos colaboradores. Também não comentou a reclamação dos colaboradores sobre a falta de transparência e a ausência de demonstrativo de pagamento.
Em nota, o Inep informou que o pagamento aos corretores é de responsabilidade do Cebraspe e que repassou R$ 348 milhões para que o centro pudesse realizar as atribuições para as quais foi contratado.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
São Paulo - Cerca de 600 pessoas que trabalharam na correção do Exame Nacional do Ensino Médio ( Enem ) do ano passado estão sendo cobradas e terão de devolver parte do pagamento que receberam.
O Centro Brasileiro de Pesquisa em Avaliação e Seleção e Promoção de Eventos (Cebraspe), contratado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais (Inep) para a correção da redação e remuneração dos corretores, disse que esses pagamentos foram computados mais de uma vez de forma equivocada.
Os colaboradores (corretores, supervisores e coordenadores), que participaram de capacitação em setembro e trabalharam nas correções até dezembro, receberam os pagamentos em fevereiro.
Mas, no início de março, muitos receberam e-mails em que eram cobrados a devolver parte do valor. Em alguns casos, o Cebraspe pediu a devolução de até R$ 6,2 mil para um colaborador.
Uma das corretoras, que não se identificou por ter assinado cláusula de sigilo, disse que trabalha há 15 anos no Enem e nunca teve problemas desse tipo com o pagamento.
"Quase todos os anos eles atrasam, o que já é uma falta de respeito. Agora, nos pagar errado e depois cobrar é muito pior. Eles não nos dão um demonstrativo de pagamento, então não sabemos se realmente o valor veio errado."
Ela foi cobrada a devolver R$ 600 e disse que já havia gastado quase todo o dinheiro. "Sou professora aposentada da rede pública, não recebo muito.
Então contava com esse dinheiro para pagar algumas despesas, como o dentista, por exemplo." Com receio de contestar a devolução do pagamento e não ser chamada para a edição da prova deste ano, ela devolveu o dinheiro .
Outra corretora da prova, que também não se identificou por causa da cláusula de sigilo, terá de devolver quase R$ 800. "Corrigi 2,5 mil redações no ano passado. Eu não sei se realmente recebi o que devia porque eles não nos mandam demonstrativos ou extratos do pagamento."
Pontual
O Cebraspe disse que o pedido de devolução dos pagamentos equivocados foi uma "situação pontual tendo em vista a complexidade do processamento e operação de pagamentos por meio de ordem bancária de mais de 15 mil pessoas que atuaram em diferentes funções no processo de correção".
Questionado, o Cebraspe não informou qual foi o valor total pago a mais de forma equivocada aos colaboradores. Também não comentou a reclamação dos colaboradores sobre a falta de transparência e a ausência de demonstrativo de pagamento.
Em nota, o Inep informou que o pagamento aos corretores é de responsabilidade do Cebraspe e que repassou R$ 348 milhões para que o centro pudesse realizar as atribuições para as quais foi contratado.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.