Brasil

Corregedoria vai investigar promotor que processou Haddad

Para a prefeitura, Milani adotou posturas diferentes ao denunciar o prefeito pelo uso de multas e o governo de São Paulo pelo mesmo tema


	Fernando Haddad: o processo contra Haddad foi aceito pela Justiça ontem (19), mas o do governo, segundo a prefeitura, foi arquivado
 (André Tambucci/Fotos Públicas)

Fernando Haddad: o processo contra Haddad foi aceito pela Justiça ontem (19), mas o do governo, segundo a prefeitura, foi arquivado (André Tambucci/Fotos Públicas)

DR

Da Redação

Publicado em 20 de maio de 2016 às 16h56.

A pedido da prefeitura paulistana, a Corregedoria do Ministério Público de São Paulo vai investigar a atuação do promotor Marcelo Milani, que denunciou o prefeito Fernando Haddad (PT) por improbidade administrativa por uso irregular da verba de multas de trânsito.

Para a prefeitura, Milani adotou posturas diferentes ao denunciar o prefeito pelo uso de multas e o governo de São Paulo pelo mesmo tema.

O processo contra Haddad foi aceito pela Justiça ontem (19), mas o do governo, segundo a prefeitura, foi arquivado.

De acordo com o Ministério Público, Milani não vai se pronunciar sobre a investigação até o fim da apuração pela Corregedoria.

A juíza Carmen Cristina Teijeiro e Oliveira, da 5ª Vara da Fazenda Pública de São Paulo, aceitou a denúncia do promotor Marcelo Milani nessa quinta-feira.

O prefeito e os demais citados na ação têm prazo de 15 dias para se defender. Para a juíza, “houve indícios de ilegalidades”.

Em novembro do ano passado, o Ministério Público de São Paulo entrou com uma ação civil pública por improbidade administrativa contra Fernando Haddad e três secretários municipais.

O MP-SP considerou que houve desvio de finalidade na utilização do fundo que gere os valores arrecadados com a aplicação de multas de trânsito na capital paulista.

O Ministério Público informou acreditar que o prejuízo pode ser de R$ 617 milhões.

Na ação, os promotores Marcelo Milani e Wilson Ricardo Tafner, do Patrimônio Público e Social, pedem a condenação de todos os envolvidos por improbidade administrativa - o que pode provocar a perda do cargo, bloqueio de bens dos acusados, ressarcimento de R$ 617 milhões que eles calculam de prejuízo aos cofres públicos e uma condenação por danos morais difusos de R$ 185 milhões.

De acordo com o promotor, a prefeitura incorreu em dez irregularidades ao utilizar o dinheiro arrecadado com multas em funções sem previsão no Código Brasileiro de Trânsito (CBT).

O código determina que todas as receitas resultantes de multas sejam aplicadas em sinalização de trânsito, engenharia de tráfego, policiamento, fiscalização ou na educação de trânsito.

O dinheiro teria sido utilizado, segundo Milani, não para propósitos pessoais dos acusados, mas para pagamento, por exemplo, de obras de implantação de terminais de ônibus (R$ 15 milhões), pagamento de obras de vias para bicicletas (R$ 25 milhões), além de repasses de R$ 571 milhões para despesas operacionais da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) e para Guarda Municipal utilizar na aplicação de multas.

Por meio de nota, a prefeitura de São Paulo afirmou que vai contestar a ação. “Causa estranheza que a outra ação contra o estado tenha sido extinta por um erro grosseiro do promotor, mesmo depois de o juiz ter reiterado a necessidade de correção. De qualquer forma, a prefeitura vai apresentar a contestação no prazo adequado”, concluiu a nota.

Acompanhe tudo sobre:CETcidades-brasileirasEmpresasEmpresas estataisEstatais brasileirasFernando HaddadJustiçaMetrópoles globaismobilidade-urbanaPolítica no BrasilPolíticos brasileirosPrefeitossao-paulo

Mais de Brasil

Mais de 600 mil imóveis estão sem luz em SP após chuva intensa

Ao lado de Galípolo, Lula diz que não haverá interferência do governo no Banco Central

Prefeito de BH, Fuad Noman vai para a UTI após apresentar sangramento intestinal secundário

Veja os melhores horários para viajar no Natal em SP, segundo estimativas da Artesp