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Corregedoria da PM vai investigar ação que terminou com quatro mortos

Segundo a versão da PM, as mortes aconteceram após perseguição que começou no bairro do Tatuapé, na zona leste paulistana

Dutra: operação na noite desta quarta terminou com quatro mortes e será investigada pela corregedoria (Wikimedia Commons/Wikimedia Commons)

Dutra: operação na noite desta quarta terminou com quatro mortes e será investigada pela corregedoria (Wikimedia Commons/Wikimedia Commons)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 19 de julho de 2019 às 18h28.

A Corregedoria da Polícia Militar instaurou inquérito para investigar a morte de quatro homens em suposto tiroteio com policiais das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota) na noite dessa quarta-feira (17), na Rodovia Presidente Dutra, em Guarulhos, Grande São Paulo.

As mortes aconteceram após perseguição que começou no bairro do Tatuapé, na zona leste paulistana, segundo a versão da PM.

Por volta das 20h50, policiais do 8º Batalhão teriam se deparado durante patrulha, com o Hyundai HB20, cinza, ocupado por quatro homens, entre 19 e 23 anos. Segundo relato dos PMs na delegacia, o carro "apresentava envolvimento anterior em crimes e vinha sendo monitorado pela PM". Os supostos crimes, no entanto, não foram informados no boletim de ocorrência.

Segundo os PMs, foi dada ordem de parada em seguida, mas o veículo saiu em fuga. Os agentes teriam, então, solicitado apoio e a perseguição seguiu até a Rodovia Presidente Dutra, no sentido Rio. Os policiais teriam passado cerca de 20 minutos no encalço dos suspeitos.

Um pneu do carro estourou na altura do quilômetro 214, na pista expressa da rodovia, o que teria forçado os quatro suspeitos a desembarcar. Segundo a PM, eles teriam descido do veículo e, em seguida, atirado contra os agentes. 

Foram baleados Nicolas Vieira Canda, de 19 anos, Ronei Oliveira de Souza, de 20, Vitor Nascimento Barboza Alves, de 21, e Leonardo Rocha Carvalho, de 23. Todos morreram no local. 

Questionada, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) não informou se algum deles apresentava antecedente criminal. No local, a polícia diz ter encontrado com os suspeitos dois revólveres calibre 38, duas pistolas 380, uma espingarda calibre 12 e uma submetralhadora 9 mm, além de um colete à prova de balas. 

As armas dos PMs também foram apreendidas para exame de balística. Ao todo, foram arrolados como testemunhas do caso três PMs da Rota, mais três do 15.º Batalhão Metropolitano (BPM/M) e outro da Força Tática do 31.º BPM/M. 

Por causa da ocorrência, a pista expressa da Rodovia ficou bloqueada para perícia. O caso foi registrado no 7.º Distrito Policial de Guarulhos, mas será investigado pelo Setor de Homicídios da Delegacia Seccional da cidade, diz a SSP.

"Todas as circunstâncias dos fatos serão apuradas durante a investigação pela Polícia Civil e pela Corregedoria da Polícia Militar, que avocou o Inquérito Policial-Militar (IPM) e segue em caráter sigiloso", afirma a pasta, em nota.

Ouvidoria vai acompanhar investigação

O ouvidor das Polícias de São Paulo, Benedito Mariano, afirma que também vai acompanhar a investigação do caso. "Toda ocorrência com resultado morte, do ponto de vista da Ouvidoria, não é uma boa ocorrência", diz.

Segundo Mariano, até o momento, as informações são insuficientes para avaliar se há indício de irregularidade. "Nós precisamos entender o que aconteceu e quais foram as circunstâncias da ocorrência", afirma. O órgão solicitou acesso a laudos técnicos do local, balístico e necroscópico.

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