Plenário da Alerj: Walter Jacarandá presta depoimento conjunto às Comissões Estadual e Nacional da Verdade na Alerj (Thaisa Araújo/Alerj)
Da Redação
Publicado em 14 de agosto de 2013 às 15h06.
Rio - O coronel Walter Jacarandá, da reserva do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro, admitiu nesta quarta-feira, 14, ter participado de sessões de tortura no DOI-Codi (Destacamento de Operações de Informações-Centro de Operações de Defesa Interna) do 1º Exército do Rio em 1970. Ele presta depoimento conjunto às Comissões Estadual e Nacional da Verdade na Assembleia Legislativa do Estado (Alerj).
No depoimento, o oficial da reserva contou ter integrado um grupo de operações especiais subordinado ao DOI-Codi. Ele afirmou ter participado de sessões em que presos políticos eram submetidos a choques elétricos, espancamentos, afogamentos e outros suplícios.
Jacarandá disse que entrou na repressão aos grupos políticos de contestação ao regime militar "por aventura". Acrescentou considerar que participou de "uma guerra" a "um movimento contra-revolucionário".
Convocado para falar sobre a morte do jornalista Mário Alves em janeiro de 1970, sob tortura no Doi-Codi, Jacarandá, inicialmente, falou em excessos. Posteriormente, admitiu que "o excesso é a tortura e a tortura é o excesso". Ele negou ter participado da morte de Alves, que era dirigente do clandestino PCBR.
O depoente citou os oficiais da reserva Duleme Garcez (tenente e à época comandante do Pelotão de Investigações Criminais), Luiz Mário Correia Lima (tenente) e Roberto Duque Estrada (tenente) como companheiros de atuação no Doi-Codi. Os três também foram convocados pelas comissões, mas enviaram petição, por meio de advogado, argumentando que já respondem pelos fatos investigados no Ministério Público Federal e na Justiça Federal.
Os membros das comissões disseram que os ausentes serão chamados para nova sessão. Se faltarem, poderão ser trazidos com auxílio de força policial.