Ex-ministro Sérgio Moro deve se mudar para os EUA só depois que os casos de covid começarem a diminuir (Andre Coelho/Getty Images)
Carla Aranha
Publicado em 2 de dezembro de 2020 às 12h02.
Com os consulados americanos no Brasil com as atividades suspensas por causa do coronavírus, dificilmente o ex-ministro Sérgio Moro vai conseguir o visto para se mudar para os Estados Unidos ainda este ano. A maior probabilidade é que ex-juiz da Lava Jato faça as malas para Washington no ano que vem, assim que o abrandamento da pandemia permitir a retomada das funções consulares.
Moro aceitou uma proposta da consultoria Alvarez & Marsal para assumir o cargo de diretor executivo na sede americana da empresa. Ele deverá exercer a nova função na filial em Washington, onde já possui um círculo de amigos.
A Alvarez & Marsal é considerada das maiores consultorias de recuperação de empresas do mundo, com 5.000 funcionários em quatro continentes.
De acordo com fontes a par da mudança de Moro para os Estados Unidos, o ex-ministro seria uma carta fora do baralho na disputa pelas eleições de 2022, já que ele não teria intenções de voltar ao Brasil tão cedo.
Em 24 de abril, o ex-juiz anunciou sua demissão do cargo de ministro da Justiça e Segurança Pública. Na ocasião, ele afirmou sofrer pressões do presidente Jair Bolsonaro para demitir o então diretor-geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo.
“Avisei (ao presidente) que seria uma interferência política e Bolsonaro disse que era mesmo”, declarou Moro durante o pronunciamento de 40 minutos que fez para justificar sua saída do ministério.
Desde então, o ex-ministro vinha dando palestras e comentava, publicamente, sobre o desejo de ter um emprego na iniciativa privada.