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Corinthians diz que investigará irregularidades em arena

A delação de Marcelo Odebrecht revela descumprimento de obrigações por parte do governo de SP e da União, no contrato para a construção do Itaquerão

Itaquerão: a quebra do acordo provocou o encarecimento da obra, que passou dos R$ 820 milhões previstos inicialmente para mais de R$ 1 bilhão (Rodrigo Coca/ Assessoria de imprensa do Corinthians/Divulgação)
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Da Redação

Publicado em 13 de abril de 2017 às 17h40.

O Corinthians emitiu, nesta quinta-feira, um comunicado oficial no qual se pronunciou sobre trecho da delação do empreiteiro Marcelo Odebrecht, preso pela Operação Lava Jato, no qual foi revelado o descumprimento de obrigações por parte dos governos municipal e estadual de São Paulo, além da União, no contrato para a construção do Itaquerão, na zona leste de São Paulo.

A quebra do acordo provocou o encarecimento da obra, que passou dos R$ 820 milhões previstos inicialmente para mais de R$ 1 bilhão.

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Ao comentar o assunto de forma oficial, o Corinthians prometeu investigar as irregularidades e possíveis prejuízos causados por desvio de conduta de ex-executivos da Odebrecht.

"O Sport Club Corinthians Paulista, tendo tomado conhecimento de trechos da delação do Sr. Marcelo Odebrecht que envolvem a Arena Corinthians, vem a público reforçar que quaisquer irregularidades ou desvios de conduta, constatados por autoridades ou não, serão devidamente apurados pelo clube, que tomará todas as providências para resguardar seus direitos e buscar a punição dos responsáveis, bem como diligenciará para garantir que todos os prejuízos causados ao clube e à Arena Corinthians sejam devidamente ressarcidos", afirmou o clube no início da nota oficial desta quinta.

O texto diz também que o não cumprimento de compromissos, revelados pelo ex-presidente da empreiteira em sua delação, estão custando caro ao clube.

Com um custo que ultrapassou R$ 1 bilhão, o estádio do Corinthians teve sua construção inicialmente orçada em R$ 820 milhões, sendo que R$ 400 milhões seriam pagos com empréstimo do BNDES.

Os outros R$ 420 milhões seriam oriundos de incentivos fiscais da Prefeitura de São Paulo por meios dos chamados CIDs (Certificados de Incentivo ao Desenvolvimento), que teriam de ser colocados à venda no mercado.

"As dificuldades para a liberação dos CIDs, que sofreram grande atraso, bem como a negativa da Prefeitura de São Paulo quanto ao pagamento das obras específicas para a Copa do Mundo na Arena Corinthians, muito nos prejudicaram", destacou a nota elaborada pela diretoria corintiana, incomodada com as parcelas que devem ser pagas para o fundo de investimento que financiou a construção.

A diretoria finalizou o comunicado destacando que, conforme já esclarecido em outras oportunidades, essas quebras de contrato fizeram com que o custo total da obra chegasse a um valor final maior do que o esperado, mas que está sendo pago pelo Corinthians com "grande esforço".

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