Banco Central: nome mais heterodoxo pode adicionar incertezas (Luiz Fernando Oliveira de Moraes/Wikimedia Commons)
Da Redação
Publicado em 23 de novembro de 2010 às 10h51.
São Paulo - A alta de 0,86% do IPCA-15 em novembro, acima das expectativas do mercado, é preocupante e o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central já deveria elevar os juros na última reunião do ano, em dezembro.
A avaliação é do economista-sênior do BES Investimento, Flávio Serrano, que participou nesta terça-feira (23) do programa “Momento da Economia”, na Rádio EXAME.
“Apesar de nós entendermos que boa parte da pressão deve-se ao aumento de preços de alimentos, em que a política monetária teria menos impacto, temos observado há algum tempo que esses aumentos estão se dispersando para outros preços da economia.”
O economista defende uma alta dos juros em dezembro, mas reconhece que “é pouco provável que isso aconteça, pois as incertezas internacionais farão com que os diretores adiem essa decisão para o ano que vem.”
O BES Investimento prevê alta de 1,50 ponto percentual na taxa básica de juros no ano que vem, com a Selic chegando a 12,25% ao ano. Flávio Serrano avalia que a recente elevação das expectativas inflacionárias não está diretamente relacionada com a indefinição sobre o próximo presidente do Banco Central. “Porém, o perfil do escolhido, se Meirelles sair, é importante. Um nome mais ortodoxo tende a reduzir essas pressões, mas um nome mais heterodoxo pode adicionair incertezas.”
Na entrevista, o economista-sênior do BES Investimento avalia a possibilidade de o governo Dilma realizar um ajuste fiscal e faz projeções para o câmbio no ano que vem.
Clique na imagem abaixo para ouvir o programa "Momento da Economia":