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Copa começa hoje em meio a expectativas de manifestações

Movimentos sociais criticam os gastos com a construção e reforma de estádios, os despejos e as remoções decorrentes das obra


	Manifestantes do MTST protestam contra os gastos da Copa no Itaquerão
 (REUTERS/Nacho Doce)

Manifestantes do MTST protestam contra os gastos da Copa no Itaquerão (REUTERS/Nacho Doce)

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Da Redação

Publicado em 12 de junho de 2014 às 06h47.

Brasília - Depois de 64 anos, o Brasil volta a sediar a Copa do Mundo. A partida de abertura será realizada hoje (12) na Arena Corinthians, em São Paulo, entre as seleções do Brasil e da Croácia.

O jogo está marcado para as 17h (horário de Brasília). Ao todo, 64 partidas serão realizadas ao longo da competição, que segue até o dia 13 de julho.

Para chegar aos estádios, os torcedores deverão estar atentos às diversas mudanças no trânsito. Em cada uma das 12 cidades-sede foi adotado um esquema diferente para uso do transporte público e estacionamento de carros particulares.

Com as diversas mudanças no entorno das arenas, entidades que defendem os direitos de quem tem mobilidade reduzida estão preocupadas com o acesso aos locais dos jogos.

Chegar ao estádio com facilidade e segurança pode ser um desafio para quem quiser acompanhar os jogos do Mundial.

Cada uma das cidades definiu um esquema próprio de feriados e horários de trabalho durante os dias de jogos.

De acordo com a Lei Geral da Copa, os estados, o Distrito Federal e os municípios que sediarão os eventos podem declarar feriado ou ponto facultativo nos dias das partidas. Há ainda aquelas cidades que optaram por mudar o horário do expediente em dias de jogos.

Dentro do estádio, o torcedor deve estar atento às diversas restrições impostas pela Federação Internacional de Futebol (Fifa). Nas arenas não será possível entrar com tablets nem com mochilas ou sacolas grandes.

Durante as partidas do Mundial, também não será permitida a entrada com instrumentos que produzam volume excessivo, tais como megafones, sirenes, vuvuzelas e, inclusive, a caxirola.

Cerca de 3,7 milhões de turistas – entre eles, 600 mil estrangeiros – são esperados no Brasil durante o período do evento. A estimativa do Ministério do Turismo é que eles deixem em território nacional cerca de R$ 6 bilhões.

Para conhecer melhor o país, o turista pode usar aplicativos para smartphones que trazem dicas de passeios e roteiros.

O visitante também pode ter acesso a informações sobre os principais pontos turísticos, telefones úteis e roteiros alternativos nas 12 cidades-sede com as dicas publicadas pela Agência Brasil nas últimas semanas.

A Copa do Mundo mexeu ainda com os calendários escolares. Em pelo menos sete das 12 cidades-sede, o recesso do meio do ano foi antecipado para junho, e os estudantes terão 30 dias de folga.

Para o Mundial, o país também se preparou em termos de segurança. Foram montados centros integrados nacionais e regionais para monitorar a situação nas cidades-sede.

Com investimento de R$ 1,9 bilhão, a operação de segurança e defesa conta com 157 mil agentes da segurança pública e das Forças Armadas.

Policiais estrangeiros também estarão no Brasil. Eles não terão poder de polícia, mas poderão auxiliar os cidadãos de seus países em caso de necessidade. Além de agentes dos 31 países que vão participar do Mundial, serão enviados policiais de mais 15 países convidados.

O Ministério da Saúde vai monitorar situações de emergência pública registradas durante a Copa por meio de um centro nacional de operações com base em Brasília.

O Centro Integrado de Operações Conjuntas da Saúde (Ciocs) foi ativado no dia 28 de maio e segue em funcionamento até 23 de julho. Nas cidades-sede, cerca de 10 mil profissionais de saúde da rede pública, capacitados pelo ministério, estarão atuando durante o Mundial.

Na expectativa para a Copa, crianças, jovens e adultos encontraram na troca e na coleção de figurinhas uma maneira de entrar no clima do Mundial. Em várias capitais, pontos de troca atraíram a atenção dos brasileiros e o encontro nesses locais virou programa de domingo para as famílias.

Apesar do clima de festa em alguns lugares, o sentimento dos brasileiros está dividido quando o assunto é Copa do Mundo. Muitos sentem uma mistura de ansiedade e animação com a proximidade dos jogos e com o evento no território brasileiro.

Entretanto, a indignação e a insatisfação com os gastos feitos pelo governo para a realização do evento não são ignoradas.

Para o período do Mundial, movimentos sociais planejam protestos e mobilizações.

Eles criticam os gastos com a construção e reforma de estádios, a isenção fiscal concedida à Fifa e demais empresas ligadas à promoção do Mundial, os despejos e as remoções decorrentes de obras para a Copa, a proibição do trabalho de ambulantes nas proximidades dos estádios, o aumento da exploração sexual de crianças e adolescentes (que estarão mais vulneráveis durante o evento devido ao período de férias) e o processo de expulsão das populações de rua de áreas nobres das cidades.

Em documento, a Articulação Nacional dos Comitês Populares da Copa (Ancop) convoca a população a se manifestar durante os jogos do campeonato: “Estar nas ruas durante a Copa do Mundo é um ato de fortalecimento da democracia e de um novo modelo de país que avance na participação direta do povo e na construção de políticas públicas efetivas em favor da justiça e igualdade social”.

Nos últimos meses, esses movimentos intensificaram a agenda de protestos e fizeram manifestações nas cidades-sede, cobrando dos governos que priorizem o investimento em políticas sociais e deem respostas às denúncias de violação de direitos humanos.

Para o ministro do Esporte, Aldo Rebelo, entretanto, o clima de festa durante o campeonato reduzirá as manifestações no país.

O governo federal defende que a Copa deixará legados, como a melhoria na infraestrutura das cidades e o incremento no turismo, e trará ganhos econômicos para o Brasil.

Segundo o Ministério do Turismo, na Copa das Confederações, em junho do ano passado, os estrangeiros gastaram, em média, R$ 4.854 durante os 14,4 dias em que permaneceram no Brasil.

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