Construção civil é novo alvo na luta da madeira sustentável
O desafio é convencer a maior consumidora de madeira do país, a construção civil, a optar apenas por material com certificação. Já tem empresa dando bom exemplo
Da Redação
Publicado em 31 de dezembro de 2013 às 13h21.
São Paulo – Madeira com certificação não é nenhuma novidadeno Brasil. Desde a criação do Conselho Brasileiro de Manejo Florestal (FSC Brasil), já se vão lá 20 anos. Mas apesar da garantia que o selo traz contra o desmatamento, o uso de material certificado é ainda um nicho no país. Contra este cenário, a mais recente batalha do FSC faz todo sentido: conquistar a grande - e poderosa - indústria da construção civil , a maior consumidora nacional de madeira.
“Ao comprar produtos certificados, é sabido que aquela matéria-prima florestal foi explorada através de técnicas de manejo e que foram aplicadas localmente as leis ambientais e trabalhistas”, diz Maurício Bernardes, gerente de Desenvolvimento Tecnológico da Tecnisa .
A empresa passou a usar 100% de madeira certificada em seus empreendimentos.Cada certificado FSC recebe um selo com número próprio, que garante a sua credibilidade.
O problema no convencimento às companhias de construção ainda é o preço. Hoje, a madeira certificada custa mais que a madeira considerada legal, porém sem o selo de certificação.
Parte dessa chamada madeira legal, porém, pode esconder madeira ilegal camuflada, o que não acontece naquelas com o selo.
“O nosso grande desafio é combater a ilegalidade e o desmatamento . E para garantir que isso aconteça, devemos promover o manejo florestal responsável e o uso da madeira certificada”, avalia a Secretária Executiva do FSC Brasil, Fabíola Zerbini.
O potencial do país é enorme.Estudo mostra que a área certificada aumentou cerca de 1 milhão de hectares no último ano. O Brasilestá em 5º lugar em área total certificada, hoje em mais de7 milhões de hectares de florestas, segundo o FSC, ONG sem fins lucrativos. São mais de950 empreendimentos certificados
"E ainda há muito para crescer, uma vez que apenas 3% das florestas amazônicas passíveis de serem manejadas são certificadas”, afirma Fabíola Zerbini.
Pesquisa com o mapeamento da oferta de madeira certificada disponível no mercado descobriu que o Brasil tem capacidade para fornecer 12,3 milhões de metros cúbicos de madeira certificada, mas que a baixa demanda não estimula a certificação de novas áreas.
Conquista
Um avanço inegável na construção civil é o Leed, certificação para prédios e edifícios verdes . Quem quiser obtê-la terá de usar madeira certificada.E bancos também já estão cobrando o uso desse material para aprovar financiamentos para empreendimentos.
“Já há uma conscientização sobre o uso da boa madeira no setor, pois a certificação traz uma preocupação a mais com os aspectos sociais e ambientais e é caracterizada como um benefício aos requisitos que já são exigidos por lei”, diz Fabíola, do FSC.
Essas medidas visam fazer com que a madeira certificada torne-se padrão, assim como já acontece com o papel .
“Apesar de enfrentarmos dificuldades na compra de algumas espécies, como pisos por exemplo, estamos realizando um trabalho de desenvolvimento de novos fornecedores, induzindo a cadeia e fomentando o mercado legal de madeiras”, afirma Bernardes, da Tecnisa, em uma amostra de que é possível expandir o bom exemplo.
Para isso, consumidores mais conscientes, o que já vem acontecendo, podem ser um grande impulso.
Mais novidades no mercado
Outro trabalho anunciado recentemente é a parceria da FSC com o Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016. No acordo, toda a madeira e produtos de origem florestal adquiridos pela organização do evento – tais como estruturas temporárias, mobiliário e materiais de comunicação e papel – serão certificados.
“A parceria contribuirá para atingir o equilíbrio entre oferta e demanda, fomentar novas cadeias produtivas, abrir mercado, envolver pequenos produtores e comunitários no sistema, além de movimentar todos os elos da cadeia de custódia”, avalia Fabíola Zerbini.
A expectativa é que esse compromisso inspire empresas brasileiras e de outros países a adotar práticas semelhantes, visto que esse é um setor estratégico em função dos empreendimentos para a Copa do Mundo de 2014 e a Olimpíada de 2016 .
São Paulo – Madeira com certificação não é nenhuma novidadeno Brasil. Desde a criação do Conselho Brasileiro de Manejo Florestal (FSC Brasil), já se vão lá 20 anos. Mas apesar da garantia que o selo traz contra o desmatamento, o uso de material certificado é ainda um nicho no país. Contra este cenário, a mais recente batalha do FSC faz todo sentido: conquistar a grande - e poderosa - indústria da construção civil , a maior consumidora nacional de madeira.
“Ao comprar produtos certificados, é sabido que aquela matéria-prima florestal foi explorada através de técnicas de manejo e que foram aplicadas localmente as leis ambientais e trabalhistas”, diz Maurício Bernardes, gerente de Desenvolvimento Tecnológico da Tecnisa .
A empresa passou a usar 100% de madeira certificada em seus empreendimentos.Cada certificado FSC recebe um selo com número próprio, que garante a sua credibilidade.
O problema no convencimento às companhias de construção ainda é o preço. Hoje, a madeira certificada custa mais que a madeira considerada legal, porém sem o selo de certificação.
Parte dessa chamada madeira legal, porém, pode esconder madeira ilegal camuflada, o que não acontece naquelas com o selo.
“O nosso grande desafio é combater a ilegalidade e o desmatamento . E para garantir que isso aconteça, devemos promover o manejo florestal responsável e o uso da madeira certificada”, avalia a Secretária Executiva do FSC Brasil, Fabíola Zerbini.
O potencial do país é enorme.Estudo mostra que a área certificada aumentou cerca de 1 milhão de hectares no último ano. O Brasilestá em 5º lugar em área total certificada, hoje em mais de7 milhões de hectares de florestas, segundo o FSC, ONG sem fins lucrativos. São mais de950 empreendimentos certificados
"E ainda há muito para crescer, uma vez que apenas 3% das florestas amazônicas passíveis de serem manejadas são certificadas”, afirma Fabíola Zerbini.
Pesquisa com o mapeamento da oferta de madeira certificada disponível no mercado descobriu que o Brasil tem capacidade para fornecer 12,3 milhões de metros cúbicos de madeira certificada, mas que a baixa demanda não estimula a certificação de novas áreas.
Conquista
Um avanço inegável na construção civil é o Leed, certificação para prédios e edifícios verdes . Quem quiser obtê-la terá de usar madeira certificada.E bancos também já estão cobrando o uso desse material para aprovar financiamentos para empreendimentos.
“Já há uma conscientização sobre o uso da boa madeira no setor, pois a certificação traz uma preocupação a mais com os aspectos sociais e ambientais e é caracterizada como um benefício aos requisitos que já são exigidos por lei”, diz Fabíola, do FSC.
Essas medidas visam fazer com que a madeira certificada torne-se padrão, assim como já acontece com o papel .
“Apesar de enfrentarmos dificuldades na compra de algumas espécies, como pisos por exemplo, estamos realizando um trabalho de desenvolvimento de novos fornecedores, induzindo a cadeia e fomentando o mercado legal de madeiras”, afirma Bernardes, da Tecnisa, em uma amostra de que é possível expandir o bom exemplo.
Para isso, consumidores mais conscientes, o que já vem acontecendo, podem ser um grande impulso.
Mais novidades no mercado
Outro trabalho anunciado recentemente é a parceria da FSC com o Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016. No acordo, toda a madeira e produtos de origem florestal adquiridos pela organização do evento – tais como estruturas temporárias, mobiliário e materiais de comunicação e papel – serão certificados.
“A parceria contribuirá para atingir o equilíbrio entre oferta e demanda, fomentar novas cadeias produtivas, abrir mercado, envolver pequenos produtores e comunitários no sistema, além de movimentar todos os elos da cadeia de custódia”, avalia Fabíola Zerbini.
A expectativa é que esse compromisso inspire empresas brasileiras e de outros países a adotar práticas semelhantes, visto que esse é um setor estratégico em função dos empreendimentos para a Copa do Mundo de 2014 e a Olimpíada de 2016 .