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Confusão na sabatina de Moro; novas ambições do Mercosul; Alemanha multa Facebook

Sergio Moro: juiz foi sabatinado por comissões do Congresso na terça-feira (Pablo Valadares/Agência Câmara)

Sergio Moro: juiz foi sabatinado por comissões do Congresso na terça-feira (Pablo Valadares/Agência Câmara)

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Da Redação

Publicado em 3 de julho de 2019 às 07h02.

Última atualização em 3 de julho de 2019 às 07h32.

Confusão na sabatina de Moro

Após oito horas de perguntas ao ministro Sergio Moro no Congresso Nacional para prestar esclarecimentos sobre mensagens vazadas pelo site Intercept Brasil, o dia terminou em confusão depois que o deputado Glauber Braga (PSOL-RJ) chamou Moro de “juiz ladrão e corrompido” e gerou revolta em apoiadores do ministro. Parlamentares e assessores, então, cercaram a mesa da presidência da reunião e a sessão acabou sendo encerrada. Antes do tumulto, Sergio Moro manteve o discurso de que as mensagens publicadas pelo site foram obtidas por meio de “uma invasão criminosa hacker” nos celulares de procuradores da Lava-Jato e que ele não reconhece a autenticidade do material. Para o ex-juiz, a obtenção e a divulgação do material buscam “invalidar condenações da Lava Jato e impedir novas investigações”, disse. “Não reconheço a autenticidade dessas mensagens, não tenho mais essas mensagens no meu celular”, declarou. Moro afirmou, no entanto, que “algo” das mensagens vazadas pode ser “autêntico”.

Mercosul: depois da Europa, o mundo

Depois de concluir a assinatura de um tratado com a União Europeia na semana passada, o bloco sul-americano Mercosul tem outros tratados em vista. Segundo o jornalista Marcelo Loureiro, do jornal O Globo, o próximo alvo é o Efta, que reúne Suíça, Noruega, Islândia e Lieshtenstein. O Brasil se beneficiaria da exportação de produtos agrícolas, que têm taxa de mais de 30% em média nesses países. Também há conversas com o Canadá, já avançadas. A indústria deseja uma ampliação no acordo comercial com o México, cujo comércio com o Brasil é concentrado em produtos industriais, sobretudo automóveis.

Setor siderúrgico critica acordo entre Mercosul e UE

Nem todos ficaram felizes com o acordo entre União Europeia e Mercosul. O Instituto Aço Brasil (IABr) manifestou em comunicado desta terça-feira, 2, que o acordo não traz ganhos para a indústria siderúrgica brasileira, que atualmente enfrenta uma ociosidade de 34% da capacidade instalada em razão da crise econômica e do excesso de oferta mundial. O IABr prevê que a indústria local “perderá a preferência” dentro do Mercosul e corre o risco de receber produtos da UE, mas com componentes fabricados fora do bloco europeu. A indústria siderúrgica brasileira tem atualmente alíquota de importação média de 12%, que será zerada após o período de transição do acordo. Também nesta terça-feira, 2, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística divulgou que a produção industrial do Brasil caiu 0,2% no mês de maio, na comparação com abril. Desde o início do ano, o setor já acumula queda de 0,7%.

Ibovespa cai 0,72%

O Ibovespa recuou 0,72% nesta terça-feira, 2, a 100.605,17 pontos, uma vez que o entusiasmo dos mercados com o acordo comercial entre Estados Unidos e China perdeu fôlego, e com agentes financeiros atentos à leitura do parecer sobre a reforma da Previdência em comissão da Câmara dos Deputados. Nos destaques do pregão, as ações preferenciais e ordinárias da Petrobras caíram, respectivamente, 1,61% e 1,5%, seguindo a queda dos preços do petróleo no exterior. Os papéis da Vale desvalorizaram 4,21% após notícia de que a CPI que investiga o rompimento da barragem de Brumadinho defendeu o indiciamento da empresa. A empresa de proteínas BRF também caiu 3,49%. No setor siderúrgico, o dia não foi positivo e ações das siderúrgicas Gerdau, CSN e Usiminas caíram 2,59%, 3,3% e 1,13%. Na outra ponta do índice, a Via Varejo subiu 6,45%, após o acionista Michael Klein retomar o controle da companhia e assumir o conselho de administração da rede de móveis e eletrodomésticos.

Democratas: Biden cai nas pesquisas, Harris alcança vice-liderança

O democrata Joe Biden caiu nas pesquisas após seu mal desempenho no primeiro debate entre os pré-candidatos do partido Democrata para as eleições presidenciais de 2020, enquanto a senadora Kamala Harris está colhendo os frutos do evento da semana passada. Com 76 anos, o ex-vice-presidente de Barack Obama lidera a corrida para a indicação democrata, mas sua vantagem diminuiu consideravelmente, passando dos 32% para os 22%, de acordo com levantamento da rede de televisão CNN. Já Kamala Harris, que deseja ser a primeira presidenta dos Estados Unidos, alcançou 17% das intenções de voto (contra 8% em maio), ficando em segundo lugar. A candidata protagonizou o momento mais surpreendente do debate da última quinta-feira, ao confrontar Biden por suas posições sobre discriminação racial.

Alemanha multa Facebook em 2 milhões de euros

A Alemanha multou o Facebook em 2 milhões de euros por não reportar denúncias sobre conteúdo ilegal em sua plataforma, violando a lei local sobre transparência na internet. Em comunicado divulgado nesta terça-feira, 2, o Departamento Federal de Justiça da Alemanha afirmou que, ao contabilizar algumas categorias de reclamações, a gigante da web criou uma imagem distorcida da extensão das violações em sua plataforma. O Facebook diz que cumpriu com suas obrigações de transparência, conhecida como ‘NetzDG’, acrescentando que alguns aspectos da lei “careciam de clareza”. O Facebook disse que se reservou ao direito de apelar da decisão após estudá-la. Segundo a lei de transparência de rede da Alemanha, as plataformas de mídia social devem informar o número de reclamações de conteúdo ilegal recebidas. A acusação de que o Facebook não relatou a toda as reclamações que recebeu poderia prejudicar seus esforços para melhorar sua reputação no continente europeu.

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