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Como o Brasil se compara ao resto do mundo em 5 dados

Estudo da ONU coloca realidade do Brasil em perspectiva e mostra que estagnação do desenvolvimento vai além de uma crise conjuntural

Grafite em rua do Rio Janeiro mostra mapa mundi (Mario Tama/Getty Images)

Grafite em rua do Rio Janeiro mostra mapa mundi (Mario Tama/Getty Images)

Talita Abrantes

Talita Abrantes

Publicado em 25 de março de 2017 às 08h00.

Última atualização em 25 de março de 2017 às 17h25.

São Paulo – O relatório de Desenvolvimento Humano, divulgado nesta semana pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), revelou um efeito perverso dos dias difíceis que afligem o Brasil: pela primeira vez desde 2010, o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) do país ficou estagnado entre 2014 e 2015.

O governo de Michel Temer atribui a estagnação do Brasil no IDH à "severidade da crise da qual da qual apenas agora o País vai saindo".

De fato, a crise econômica contribuiu para emperrar o IDH. Mas quando se contrasta o desempenho brasileiro nas variáveis que formam o índice com o de outras nações, percebe-se que o problema do país vai além de questões conjunturais.

O Brasil ainda perde feio para outros países em critérios que deveriam ser resolvidos há tempos, como anos de estudo e igualdade.

Não estamos falando apenas de nações como a Noruega, que reina absoluta na primeira posição do ranking de IDH. Países da América do Sul, como Chile e Argentina, por exemplo, dão um show em tempo médio de estudos. Já entre os BRICS, o Brasil é o que tem a menor proporção de mulheres no Congresso.

Veja os dados.

IDH - 78ª posição

Entres as 188 nações analisados, o país permaneceu na posição 78 com um IDH de 0,754 – nível considerado alto pela ONU. Na América do Sul, o Brasil tem o quinto melhor IDH e come poeira quando comparado a países como Chile e Argentina, que ficaram em 38º e 45º com índices considerados muito altos.

- (Rodrigo Sanches/Site Exame)

Esperança de vida ao nascer - 74,7 anos

Em 15 anos, a esperança de vida ao nascer do brasileiro saltou de módicos 65,3 anos para 74,7. No Chile, a esperança de vida ao nascer era de 82 anos em 2015. Segundo previsão do IBGE, o Brasil só deve alcançar essa marca em cinco décadas

Esperança de vida ao nascer Brasil e mundo - PNUD, IDH 2016

- (Rodrigo Sanches/Site Exame)

Tempo na escola - 7,8 anos, em média

Entre os países da América do Sul, o Brasil só tem um desempenho melhor do que a Colômbia no tempo médio em que seus cidadãos ficam na escola. Por aqui, a média de anos de estudo é de 7,8 anos - ou seja, menos tempo do que o necessário para concluir o ensino fundamental.

Esse dado evidencia um dos principais gargalos da educação no país: o Ensino Médio, líder absoluto de evasão escolar no Brasil. Estudo do Instituto Unibanco de fevereiro do ano passado mostra que 1,3 milhão de jovens entre 15 e 17 anos  deixaram a escola sem concluir os estudos. Desses, metade não concluiu sequer o ensino fundamental.

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Mulheres no Congresso - 10,8% 

O Brasil perde feio quando se avalia a representação feminina na política e tem o pior desempenho nesse quesito entre os países da América do Sul e BRICS. Em tempo: “o país com menor IDH do mundo tem mais mulheres com assento no Parlamento do que o Brasil. O Brasil apresenta 10,8%, enquanto a República Centro-Africana tem 12,5%”, ressalta o estudo.

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Igualdade de gênero - 92ª posição

O Brasil é o 92º país em igualdade de gênero entre as 159 nações analisadas pelo estudo. Segundo a ONU, as mulheres têm um IDH melhor do que os homens graças ao desempenho educacional e a longevidade (elas estudam e vivem mais). No entanto, apesar de estudar mais, elas acabam ganhando menos – a renda deles é 66,2% mais alta do que a delas.

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