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Comissão deve votar lei antiterrorismo dia 27 de junho

Anteprojeto de lei que tipifica o crime de terrorismo no País


	Atualmente não há uma legislação para os crimes de terrorismo no País. Os delitos são enquadrados na Lei de Segurança Nacional, da época da ditadura militar
 (Rodolfo Stuckert/Câmara)

Atualmente não há uma legislação para os crimes de terrorismo no País. Os delitos são enquadrados na Lei de Segurança Nacional, da época da ditadura militar (Rodolfo Stuckert/Câmara)

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Da Redação

Publicado em 13 de junho de 2013 às 19h25.

Brasília - A comissão mista do Congresso criada para consolidar a legislação federal deve votar no próximo dia 27 um anteprojeto de lei que tipifica o crime de terrorismo no País. A perspectiva é aprovar uma legislação na Câmara e no Senado antes da Copa do Mundo do ano que vem, uma vez que, apesar de prevista na Constituição, o Brasil não conta com uma lei antiterrorismo.

Na sessão da tarde desta quinta-feira, o senador Romero Jucá (PMDB-RR), relator da comissão mista, apresentou uma versão preliminar da sua proposta.

Entre os principais pontos, Jucá propôs que a pena para quem praticar terrorismo por "motivo ideológico, religioso, político ou de preconceito racial ou ético" será enquadrado no novo tipo penal, cumprindo pena de 15 a 30 anos de prisão. Nas ações terroristas que resultarem em morte, a pena mínima subiria para 24 anos.

O relator da comissão também propôs um aumento de pena em um terço quando o crime for praticado contra autoridades, como presidentes dos três poderes da República. Ele também sugeriu penas diferentes para o crime nos casos de financiamento, incitação, favorecimento pessoal e formação de um grupo terrorista.

Contudo, o deputado Miro Teixeira (PDT-RJ), que foi sub-relator do tema na comissão mista, cobrou mudanças na proposta apresentada por Jucá. A principal delas é a retirada de quaisquer motivações para a tipificação do crime. O receio é que movimentos sociais, como o MST, possam ser criminalizados. Assim como outros parlamentares, o pedetista pediu a exclusão do aumento de pena para as autoridades.

O parlamentar do PDT também quer uma pena única, de 24 a 30 anos, para todas as variações do crime de terrorismo. "Quem de alguma forma colaborou para o ato terrorista, tem que ter a mesma pena", defendeu o deputado. Romero Jucá admitiu que deve alterar pontos do seu texto. "A ideia não é enquadrar movimentos sociais como terrorismo. É preciso buscar um caminho para não confundir protestos como atos terroristas", afirmou o senador do PMDB.

Atualmente não há uma legislação para os crimes de terrorismo no País. Os delitos são enquadrados na Lei de Segurança Nacional, da época da ditadura militar. Após o texto passar pela comissão mista, terá de tramitar ainda nas duas Casas Legislativas.

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