Comissão aprova Orçamento e texto vai a plenário nesta quarta
Texto aprovado fixa o salário mínimo em 540 reais, como queria o governo, e eleva o investimento
Da Redação
Publicado em 22 de dezembro de 2010 às 13h15.
O texto aprovado na comissão confirma a elevação das previsões de arrecadação feita pelo relator de receitas, deputado Bruno Araújo (PSDB-PE). Os parlamentares aumentaram a receita primária líquida em 22,4 bilhões de reais. O governo, porém, discorda dessa reestimativa.
O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, já disse que o governo poderia fazer contingenciamentos no ano que vem, se a elevação da receita fosse aprovada.
O Planejamento enviou à relatora Serys um pedido de corte no Orçamento de 3 bilhões de reais. Ela acatou e ainda colocou outros 3 bilhões de reais em uma "reserva de contingenciamento".
Esses recursos --2 bilhões de reais para pagar pendências judiciais de aposentados e 1 bilhão de reais para o Bolsa Família-- poderão ser utilizados se a previsão de crescimento da receita feita pelo Congresso se confirmar.
Serys também autorizou a União a recompor eventuais perdas de investimentos no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Essas reduções foram feitas em relatórios setoriais que formam a peça orçamentária.
O chamado Orçamento da União efetivo (que exclui refinanciamento da dívida pública) foi estimado pela relatório em 1,394 trilhão de reais, ante o 1,369 trilhão da proposta inicial do governo. O orçamento fiscal e da seguridade social passou de 1,262 trilhão para 1,287 trilhão.
O governo conseguiu, por enquanto, driblar desentendimentos com a oposição. A exclusão da Eletrobrás do cálculo do superávit primário, por exemplo, que a oposição queria derrubar na comissão, será discutida apenas no plenário.
A Comissão também derrubou, em votação simbólica, destaque do deputado Rogério Marinho (PSDB-RN) que tentava reduzir a margem que o governo tem para remanejar recursos do PAC.
Após a votação no plenário ainda nesta quarta, os parlamentares entram em recesso.