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Com visita a SC, Haddad mira região onde tem menos votos

Oficializado como o nome do PT apenas na semana passada, Haddad vai nesta terça-feira a Santa Catarina, estado que ainda não visitou

HADDAD: candidato do PT vai participar de ato público em Florianópolis / REUTERS/Rodolfo Buhrer (Rodolfo Buhrer/Reuters)

HADDAD: candidato do PT vai participar de ato público em Florianópolis / REUTERS/Rodolfo Buhrer (Rodolfo Buhrer/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 18 de setembro de 2018 às 06h07.

Última atualização em 18 de setembro de 2018 às 06h26.

A campanha do candidato petista à Presidência, Fernando Haddad, vai nesta terça-feira a Santa Catarina, estado que ainda não visitou — nem como candidato a vice, antes de substituir o ex-presidente Lula, barrado pela Lei da Ficha Limpa, nem como cabeça da chapa.

O ex-prefeito de São Paulo e ex-ministro da Educação visitará primeiro Itajaí para uma reunião com representantes do setor pesqueiro. Na sequência vai à capital, Florianópolis, onde concederá uma coletiva de imprensa e, às 18h, participará de um ato público no centro da cidade.

Oficializado como o nome do PT apenas na semana passada, Haddad pretende capturar os votos lulistas e petistas para continuar subindo nas pesquisas —segundo o último Datafolha, ele tem 13% das intenções de voto, enquanto Lula chegou a atingir 39%. A região Nordeste é a que guarda o maior contingente de votos do ex-presidente e foi a mais visitada por Haddad enquanto vice na chapa. De acordo com um levantamento do site Nexo, ele esteve 10 vezes em diferentes cidades da região.

Mas direção do PT defendeu, na semana passada, que o candidato se divida entre agendas no Sudeste, que concentra o maior eleitorado do país, e no Nordeste, conforme noticiou coluna da Folha de S.Paulo.

A opção por Santa Catarina foge a esse roteiro, mas cumpre a função de marcar presença na região Sul do país, onde Haddad vai pior —e onde já esteve sete vezes, todas para visitar Lula na sede da Polícia Federal, em Curitiba.

Segundo a pesquisa do BTG Pactual, divulgada nesta segunda, 10% dos votos do petista estão no Sul, ante 25% no Nordeste, 15% no Centro-Oeste e no Norte e 14% no Sudeste. De acordo com o Datafolha, o Sul também é a pior região para Haddad em termos de votos (9%), mas não é a região na qual ele é mais rejeitado. No Sul, 29% disseram que não votariam de jeito nenhum no petista. O percentual é o mesmo alcançado no Sudeste, mas perde para o Centro-Oeste, onde Haddad é rejeitado por 32%.

Na última pesquisa do Ibope em Santa Catarina, de meados de agosto (ou seja, quando Lula ainda era o candidato oficial do PT), Bolsonaro liderava no estado, com 26%, um de seus percentuais mais altos. Lula vinha atrás, com 20%. De acordo com o BTG, atualmente, o Sul é a segunda região na qual o capitão reformado tem mais votos: 43% (ante 45% no Norte e Centro-Oeste).

A visita de Haddad pode ajudar a turbinar a candidatura ao governo do estado de Décio Lima (PT), que surpreendeu aliados ao aparecer liderando o Ibope de agosto, com 16%. Deputado federal por três vezes e prefeito de Blumenau por dois mandatos, Décio é um dos exemplos das candidaturas petistas competitivas na disputa estadual. Fato surpreendente não só pela tendência histórica de rejeição ao PT em Santa Catarina, mas também pelo fato de ele estar isolado na disputa, sem estar coligado com nenhum partido. Atrás dele, estava Mauro Mariani (MDB), com 11% e apoio de nove partidos.

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