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Com UTIs quase em colapso, Paraná vai determinar toque de recolher

O protocolo deve ser publicado em diário oficial até a quarta-feira, 2. O documento vai especificar o horário, que deve ser entre às 23 horas e às 5 horas

Centro Histórico de Curitiba: capital voltou a  fechar bares após registrar aglomerações. (Pedro Ribas/SMCS/Divulgação)

Centro Histórico de Curitiba: capital voltou a fechar bares após registrar aglomerações. (Pedro Ribas/SMCS/Divulgação)

GG

Gilson Garrett Jr

Publicado em 1 de dezembro de 2020 às 15h03.

Última atualização em 1 de dezembro de 2020 às 15h20.

O governo do Paraná vai determinar toque de recolher em todo o estado para conter o avanço da covid-19. O protocolo deve ser publicado em diário oficial até a quarta-feira, 2. O documento vai especificar o horário, que deve ser entre às 23 horas e às 5 horas, segundo informações apuradas por EXAME

Os detalhes estão sendo alinhados entre representantes do governo do estado e dos municípios, principalmente da Região Metropolitana de Curitiba, que estão em situação mais crítica. Em nota oficial enviada à EXAME, o governo disse que serão produzidos dois novos instrumentos jurídicos para ajudar a conter a doença.

“Um deles refere-se à restrição de horário para circulação de pessoas no período noturno – ‘toque de recolher’. A outra recomendará a retomada das atividades de trabalho remoto de servidores estaduais, semelhante à resolução anteriormente publicada pela Secretaria da Saúde”, diz a nota.

O Paraná tem 277.424 casos e 6.099 mortes em decorrência da doença. A situação mais crítica é da capital, Curitiba, onde estão 78.760 infectados e 1.745 mortes. Na cidade há 13.829 casos ativos, ou seja, com risco de transmissão. Há um mês este valor não passava de 3 mil. 

Na sexta-feira, 27, a prefeitura de Curitiba publicou um decreto, restringindo algumas atividades com o objetivo de conter o avanço da covid-19 na cidade, que piorou nas duas últimas semanas. Ficaram proibidos de funcionar bares, casas noturnas e qualquer tipo de evento que gere aglomeração. Estes estabelecimentos estavam abertos desde o fim de setembro.

Os hospitais da cidade beiram ao colapso de atendimento. Nesta segunda-feira, 30, a taxa de ocupação dos 344 leitos de UTI SUS exclusivos para covid-19 estava em 94%, com apenas 20 leitos livres. É a mais alta taxa em meses.

A ocupação continua alta mesmo após a prefeitura ativar mais 50 leitos de UTI em hospitais da cidade desde a última semana semana. O governo do Paraná suspendeu todas as cirurgias eletivas para abrir mais espaço para atendimento de pacientes com covid-19.

Muitos hospitais privados ultrapassaram a capacidade de atendimento nesta semana e recusam novos pacientes.

O Conselho Regional de Medicina do Paraná emitiu um alerta máximo nesta terça-feira para o colapso no sistema de atendimento hospitalar. “As próximas semanas serão críticas e a prevenção é o melhor caminho”, diz a nota.

Bolsonaro visitou o Paraná nesta terça-feira

No mesmo dia em que o governo do estado anunciou a medida extrema para conter a covid-19, o presidente Jair Bolsonaro esteve em Foz do Iguaçu, na fronteira com o Paraguai. Bolsonaro se encontrou com o presidente paraguaio, Mario Abdo Benítez, e com o governador do Paraná, Ratinho Junior.

O encontro foi no canteiro de obras da segunda ponte sobre o rio Paraná, que vai ligar os dois países. A obra está com 45% de execução e tem previsão de ficar pronta no ano que vem. Faz parte de um grande sistema viário, de 15 quilômetros, para desaforgar o trânsito na Ponte da Amizade.

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