Paulo Skaf, presidente da Fiesp: as ações publicitárias da Fiesp levaram o PSDB paulistano a acionar ontem o MPE, acusando o empresário de fazer campanha eleitoral antecipada (Mario Rodrigues/VEJA São Paulo)
Da Redação
Publicado em 24 de janeiro de 2014 às 09h16.
São Paulo - Provável candidato do PMDB ao governo paulista, o empresário Paulo Skaf, presidente da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), contou no ano passado - e contará igualmente neste ano - com um orçamento recorde de propaganda institucional. São R$ 32 milhões para cada um dos anos reservados para as ações publicitárias da Fiesp, do Sesi e do Senai.
Em 2013 Skaf protagonizou praticamente todos os comerciais dos órgãos ligados à Fiesp. Em 2012, a entidade, o Sesi e o Senai gastaram R$ 17 milhões com publicidade em valores corrigidos. O montante destinado à propaganda em cada um dos anos seguintes, por exemplo, é maior do que os R$ 30 milhões que o PT desembolsou para eleger o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, em 2012.
A participação intensa de Skaf nos comerciais da Fiesp em 2013 em campanhas contra o aumento do IPTU e em defesa da Medida Provisória dos Portos o ajudou a se consolidar em segundo lugar nas pesquisas eleitorais para o Palácio do Bandeirantes.
No levantamento mais recente do Instituto Datafolha, divulgado em dezembro, Skaf apareceu com 19% das intenções de voto, atrás do governador Geraldo Alckmin (PSDB), com 43%.
As ações publicitárias da Fiesp levaram o PSDB paulistano a acionar ontem o Ministério Público Eleitoral (MPE). Os tucanos acusam o empresário de fazer campanha eleitoral antecipada.
Para rebater críticas ao uso da máquina das entidades como forma de se promover eleitoralmente, Skaf diz agora que vai aparecer em "apenas 10%" das inserções. "Por um pedido meu, ficou decidido que minha participação será menor em 2014. A agência de publicidade gostaria de uma participação maior", disse ao 'Estado'. Atualmente, uma grande campanha do Sesi está no ar com o mote "Exemplo a ser seguido". Ela será exibida até abril, quando o empresário deixará a presidência da Fiesp para disputar a eleição.
Fiesp, Sesi e Senai são entidades financiadas parcialmente pelo imposto sindical patronal, que é uma contribuição obrigatória do setor. "Não posso ficar imobilizado como presidente da Fiesp", afirma Skaf.
Na representação ao Ministério Público Eleitoral, o presidente municipal do PSDB, Milton Flávio, diz que seis peças publicitárias protagonizadas por Skaf ostentam "evidente" tom de propaganda eleitoral. "O Skaf tem usado ostensivamente o espaço institucional da Fiesp no horário nobre para se promover politicamente", afirma o dirigente tucano.
Segundo Skaf, a iniciativa mostra uma preocupação "muito grande" do PSDB com seu desempenho nas pesquisa. "Estranho muito essa atitude do PSDB. O bonito é ganhar a eleição na urna e no voto, e não por meio de medidas judiciais". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.