Com agenda cheia, Cármen não participará de reunião com Temer
Um encontro com o presidente Michel Temer deverá ocorrer apenas nesta sexta-feira, 28, ocasião em que será lançado um Pacto Nacional pela Segurança Pública
Estadão Conteúdo
Publicado em 25 de outubro de 2016 às 21h09.
Última atualização em 25 de outubro de 2016 às 21h16.
Brasília - Com agenda cheia nesta quarta-feira, 26, a presidente do Supremo Tribunal Federal ( STF ), Cármen Lúcia, não vai participar de reunião articulada pelo presidente Michel Temer em que também deverão ser convidados o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
Por meio da assessoria, a ministra informou que não estava previsto o encontro em sua agenda, que deverá estar cheia de atividades ao longo do dia com despachos e a presidência de sessão na Suprema Corte.
Um encontro com o presidente Michel Temer deverá ocorrer apenas nesta sexta-feira, 28, ocasião em que será lançado um Pacto Nacional pela Segurança Pública, com proposta que deverão ser encaminhada para o Congresso relacionadas ao tema.
Segundo a reportagem apurou, a data do lançamento foi acertada entre os dois em ligação feita por Temer a Cármen nesse domingo.
Nesta terça-feira, 25, a presidente do STF protagonizou um embate público com o senador Renan Calheiros, ao rebater as críticas feitas pelo peemedebista contra o juiz Vallisney de Souza Oliveira.
O juiz foi o responsável por autorizar a Operação Métis, realizada nas dependências do Senado na última sexta-feira, 21. "Onde juiz for destratado, eu também sou", declarou Carmen. A ministra declarou ainda que o Judiciário exige respeito dos demais Poderes da República. Na véspera, exaltado, o senador chamou Oliveira de "juizeco".
Na tentativa de colocar "panos quentes" no clima de embate que se instaurou entre os Poderes, Michel Temer vinha tentando articular um encontro com a presença de Cármen, Renan e Rodrigo Maia para amanhã, às 11h.
O principal receio de Temer é que a "querela" atrapalhe a votação da Proposta de Emenda à Constituição que estabelece limites de gatos. A PEC deve ser votada em segundo turno nesta terça-feira no plenário da Câmara e em seguida vai para discussão no Senado.
"A preocupação do presidente é baixar temperatura da crise. O maior temor do Palácio neste momento é que esse problema institucional atrapalhe a pauta de votação no Congresso. A PEC do teto tem um calendário apertado", ressaltou um assessor palaciano.
Renan
Mais cedo, o presidente do Senado também indicou que não participaria do encontro caso o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, participasse.
"Ministro da Justiça? Ele representa qual Poder?", questionou Renan, na entrada do seu gabinete logo após se reunir com o prefeito eleito de São Paulo, João Doria (PSDB), nesta terça-feira, 25.
"Teria muita dificuldade de participar de qualquer encontro com o ministro da Justiça que protagonizou um espetáculo contra o Legislativo", completou.