COI: comitê acrescentou que a punição não irá afetar atletas brasileiros (Pierre Albouy/Reuters)
Reuters
Publicado em 6 de outubro de 2017 às 11h25.
Última atualização em 6 de outubro de 2017 às 11h30.
Zurique/Rio de Janeiro - O Comitê Olímpico Internacional (COI) suspendeu provisoriamente nesta sexta-feira o Comitê Olímpico do Brasil (COB) e seu presidente, Carlos Arthur Nuzman, um dia após a prisão do dirigente em operação sobre suspeita de compra de votos na eleição que escolheu o Rio de Janeiro como sede olímpica.
Os pagamentos feitos ao Comitê Olímpico do Brasil serão congelados, afirmou o COI, acrescentando a punição não irá afetar atletas brasileiros, que poderão competir normalmente nos Jogos Olímpicos de Inverno de 2018, na Coreia do Sul, e continuarão a receber bolsas pagas pelas entidade internacional.
Individualmente, Nuzman foi provisoriamente suspenso de todos os direitos e funções como membro honorário do Comitê Olímpico Internacional.
As suspensões provisórias podem ser removidas parcial ou completamente quando o Conselho Executivo do COI considerar que as questões de governança do COB foram resolvidas, informou a instituição internacional em comunicado.
Procurado pela Reuters, o COB não tinha um posicionamento de imediato sobre a suspensão.
Nuzman e o ex-diretor do COB e do Comitê Rio 2016 Leonardo Gryner foram presos na quinta-feira pelo suposto envolvimento na intermediação de pagamentos de propina a membros do COI em troca de votos na candidatura brasileira para sediar a Olimpíada de 2016.
Os dirigentes são suspeitos de terem viabilizado repasse de propina superior a 2 milhões de dólares do grupo criminoso do ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral para a compra de votos de dirigentes africanos na eleição de 2009 do COI realizada em Copenhague.
Como parte da chamada operação Unfair Play, autoridades descobriram ainda que Nuzman mantinha recursos ocultos no exterior, declarados à Receita Federal somente após o início das investigações, incluindo 16 barras de ouro de 1 quilo cada guardadas na Suíça.
O presidente do COB nega ter cometido qualquer irregularidade.