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COI critica organizadores por situação das contas da Rio-2016

Foi a 1ª vez em décadas que uma Olimpíada registrou déficit e, para os organizadores locais, a responsabilidade por cobrir os problemas é do Rio

Rio 2016: o COI não explicou se a crítica era direcionada ao Rio-2016, à prefeitura, ao governo federal ou a todos (Ricardo Moraes/Reuters)

Rio 2016: o COI não explicou se a crítica era direcionada ao Rio-2016, à prefeitura, ao governo federal ou a todos (Ricardo Moraes/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 7 de julho de 2017 às 11h11.

Genebra - O Comitê Olímpico Internacional (COI) criticou abertamente os organizadores brasileiros pela falta de informações confiáveis sobre a situação das contas dos Jogos Olímpicos do Rio.

Pela primeira vez em décadas, uma Olimpíada registrou um déficit e, para os organizadores locais, a responsabilidade por cobrir os problemas financeiros é da prefeitura carioca.

Nos próximos dias, o presidente do Comitê Olímpico do Brasil (COB) e do Comitê Rio-2016, Carlos Arthur Nuzman, estará em Lausanne para debater com a cúpula do COI uma solução para o déficit.

Por meses, nem os cidadãos brasileiros e nem o COI ficaram sabendo exatamente quanto custou o evento e nem como o dinheiro foi exatamente gasto.

Ao final de 2016, os documentos oficiais do Rio-2016 indicaram que o déficit era de R$ 132 milhões. Mario Andrada, diretor de Comunicações dos Jogos, indicou no mês passado que o valor já foi reduzido para R$ 114 milhões. Os organizadores, segundo ele, conseguiram "dinheiro extra do COI", além de descontos com fornecedores.

No total, cerca de US$ 300 mil (aproximadamente R$ 990 mil) extras foram entregues pela entidade em Lausanne, além dos valores já combinados.

O problema é que, para fechar a conta, um volume de mais de R$ 100 milhões ainda teria de vir dos cofres públicos. Mas a Prefeitura do Rio não da qualquer sinal de que esteja inclinada a pagar o que o Rio-2016 diz que ela prometeu.

Do lado do COI, a entidade resiste em bancar o restante da conta, sob a alegação de que não sabe exatamente qual a real situação financeira do evento. "O COI continua preparado para oferecer sua ajuda e expertise", disse o COI, por meio de um comunicado enviado ao Estado.

"Mas, para fazer isso, precisamos de informação confiável e que possamos entender daqueles no comando, algo que lamentavelmente até o presente momento não temos", criticou a entidade.

O COI não explicou se a crítica era direcionada ao Rio-2016, à prefeitura, ao governo federal ou a todos. "Uma vez que tenhamos recebido um cenário claro, então poderemos trabalhar sobre como melhor oferecer nossa ajuda para ir adiante", completou a entidade.

O COI ainda apontou que o Rio-2016 está "no processo de fechar suas contas". Mas defende sua atuação em ajudar o Brasil a sediar o evento. "Até hoje, o COI e o movimento olímpico mais que cumpriram suas obrigações em referência ao Comitê Rio-2016", disse.

"Temos orgulho de termos contribuído significativamente para o sucesso dos Jogos no Rio, incluindo o compromisso de US$ 1,5 bilhão (R$ 4,9 bilhões) e um esforço enorme para encontrar formas de economizar e dar contribuições financeiras adicionais por parte dos acionistas do movimento olímpico", completou o COI.

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