Circo da Morte mira em grupo de extermínio formado por PMs de Goiás
O grupo teria sido responsável por dois duplos homicídios realizados, em março de 2017, nas cidades de Caldas Novas e Santo Antônio do Descoberto
Estadão Conteúdo
Publicado em 18 de dezembro de 2018 às 14h39.
Última atualização em 18 de dezembro de 2018 às 14h41.
Brasília - A Polícia Federal (PF) cumpre nesta terça-feira, 18, cinco mandados de prisão temporária contra policiais militares de Goiás investigados por participação em um grupo de extermínio. Batizada de Circo da Morte, a operação busca desarticular o grupo que, segundo a PF, forjava a existência de confrontos policiais para justificar homicídios.
O Ministério Público e a Corregedoria da Polícia Militar do Estado do Goiás também participam da ação que conta com cerca de 60 policiais federais e dez policiais militares. Os mandados são cumpridos no município Caldas Novas.
O nome da operação faz alusão, diz a PF, ao "mágico de circo que faz ilusões parecem verdade como homicídios que teriam a aparência de atos heroicos."
De acordo com a PF, investigações conduzidas pela Superintendência da PF no Distrito Federal apontaram para a participação de "cinco policias militares, inclusive de oficiais, em um grupo de extermínio no Estado de Goiás".
O grupo teria sido responsável por dois duplos homicídios realizados, em março de 2017, nas cidades de Caldas Novas e Santo Antônio do Descoberto. A investigação revelou que os policiais do 26º Batalhão da PM de Caldas Novas agiam como milícia. São alvos de prisão um tenente coronel, um sargento, um 3º sargento, um cabo e um soldado.
Os investigados podem ser enquadrados nos crimes de homicídio qualificado, ocultação de cadáver, constituição de milícia privada, fraude processual e corrupção passiva. A PF investiga ainda outros casos que podem guardam relação com a ação do mesmo grupo.