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Cientistas cogitam criar um partido para ter voz no Congresso

O partido, que seria dedicado exclusivamente às causas da educação, ciência, tecnologia e inovação, apenas pleitearia cargos no Legislativo

Helena Nader: a ideia seria lançar a presidente da SBPC como candidata a deputada federal (SBPC/Flickr)

Helena Nader: a ideia seria lançar a presidente da SBPC como candidata a deputada federal (SBPC/Flickr)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 17 de julho de 2017 às 16h31.

São Paulo - Lideranças científicas estão contemplando a possibilidade de criar um partido político, para tentar ganhar uma voz no Congresso Nacional.

O partido seria dedicado exclusivamente às causas da Educação, Ciência, Tecnologia e Inovação, e não pleitearia cargos no Poder Executivo - apenas no Legislativo.

A ideia, que circula pelos corredores da reunião anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), em Belo Horizonte, seria lançar a presidente da entidade, Helena Nader, como candidata a deputada federal.

Bióloga molecular, professora titular da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e membro titular da Academia Brasileira de Ciências (ABC), Helena Nader é presidente da SBPC há seis anos e conta com amplo apoio da comunidade científica e acadêmica.

Seu terceiro mandato termina nesta semana.

Ela será substituída pelo vice-presidente, Ildeu Moreira.

Helena, de 69 anos, disse que a ideia não partiu dela e que não tem uma opinião formada sobre o tema. Moreira ressaltou que se trata de uma iniciativa de indivíduos da comunidade científica, e não de uma proposta institucional da SBPC.

O estatuto da entidade afirma, logo em seu primeiro parágrafo, que a SBPC é uma "associação civil, pessoa jurídica de direito privado, sem fins lucrativos, laica e sem caráter político-partidário".

"Há clara necessidade de termos representação de cientistas, professores e pesquisadores no Congresso Nacional e outras instâncias legislativas do País, qualificada para defender a causa da educação, ciência e tecnologia como os pilares da inovação e do desenvolvimento nacional", defende Glaucius Oliva, professor titular do Instituto de Física de São Carlos da USP e ex-presidente do CNPq.

Carlos Henrique de Brito Cruz, diretor científico da Fapesp, acha que o ideal seria ter políticos com formação científica em vários partidos - e não a criação de um partido próprio -, inclusive como forma de criar uma frente comum de diálogo entre eles.

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