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Cidades do interior cadastrarão poços para emergência

Representantes decidiram iniciar o cadastramento para que possam recorrer a eles, caso a seca atípica de verão comprometa ainda o Sistema Cantareira


	Trabalhador da Sabesp olha para o chão rachado da represa de Jaguary, em Bragança Paulista, interior de São Paulo
 (Nacho Doce/Reuters)

Trabalhador da Sabesp olha para o chão rachado da represa de Jaguary, em Bragança Paulista, interior de São Paulo (Nacho Doce/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 6 de fevereiro de 2014 às 20h28.

Campinas (SP) - Representantes de empresas de água de cidades do interior paulista cortadas pela Bacia dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí - de onde sai a maior parte da água do Sistema Cantareira, que abastece 47% da Grande São Paulo - decidiram nesta quinta-feira, 6, iniciar o cadastramento dos poços profundos, particulares e de indústrias, e dos caminhões-pipas existentes para que possam recorrer a eles, caso a seca atípica de verão comprometa ainda mais os níveis dos reservatórios.

O Cantareira, um sistema de seis reservatórios que represa água dos rios do interior para abastecer a Região Metropolitana, está com seu pior nível desde que começou a ser construído, em 1974, atingiu ontem 20,6% de sua capacidade. "Não estamos dizendo que vamos parar uma indústria e usar a água deles para abastecimento, mas há muitos poços que podem ser uma saída em uma situação mais crítica", afirmou o secretário-executivo do Consórcio do PCJ, Francisco Lahoz.

O grupo defendeu que as prefeituras, por meio de decreto, podem usar água desses poços para garantir o abastecimento público, caso os reservatórios sequem. "Não estamos muito distantes disso, o Cantareira atingiu 20,6% de sua capacidade. Menos que isso, ele deixa de funcionar de forma integrada."

Oficialmente cadastrados no Departamento de Água e Energia Elétrica (DAEE), órgão do Estado que dá outorga para retirada de água, existem 4.571 poços profundos na região da bacia do PCJ. Mesmo que o volume de águas obtido seja baixo, ele servirá para um cenário de emergência, defenderam os municípios.

Emergência

Na reunião do Grupo de Eventos Extremos do Consórcio da Bacia do PCJ, em Americana, os municípios e empresas de água do interior definiram ao todo 25 medidas que devem ser tomadas para amenizar o problema. Além do cadastro, outra medida foi a orientação para decretação de emergência ou calamidade, conforme o caso, devido à estiagem.

Nesta quinta-feira, Valinhos decretou estado de emergência e começa nesta sexta-feira um racionamento de 18 horas por dia, que vai atingir duas áreas da cidade, em esquema de rodízio. Foi anunciada também a aplicação de multa de R$ 336 para quem for flagrado desperdiçando água, com lavagem de calçada e carros. A mesma medida havia sido tomada em Campinas, onde a prefeitura teve que fazer obras emergenciais para evitar o desabastecimento.

As prefeituras de Campinas e Americana realizaram essa semana obras emergenciais de aprofundamento das calhas dos rios, nos pontos de captação, por conta do baixo nível dos afluentes, para tentar adiar a necessidade de racionamento no abastecimento.

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