Chico Alencar: a decisão afasta o PSOL do PT, que embarcou na candidatura à reeleição de Lira em nome de garantir governabilidade para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (Cleia Viana/Agência Câmara)
Estadão Conteúdo
Publicado em 23 de janeiro de 2023 às 13h50.
Última atualização em 23 de janeiro de 2023 às 14h01.
O deputado federal eleito Chico Alencar (PSOL-RJ) confirmou no domingo, 22, que vai concorrer ao comando da Câmara dos Deputados no dia 1º de fevereiro, contra o atual presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL). A informação foi antecipada na sexta-feira, 20, pelo Broadcast Político, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado
Ao anunciar sua candidatura, Alencar defendeu que o Conselho de Ética apure o envolvimento de parlamentares nos atos golpistas de 8 de janeiro, quando apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro invadiram e depredaram o Congresso Nacional, o Palácio do Planalto e o Supremo Tribunal Federal (STF).
"É oficial, sou candidato à presidência da Câmara dos Deputados! Na eleição, que ocorrerá no próximo dia 1º de fevereiro, defenderei um Parlamento mais democrático, transparente e participativo e #AnistiaNão aos golpistas", escreveu o deputado eleito, no Twitter. "É preciso livrar a Câmara tanto dos golpistas que pedem o voto para tramar contra o Parlamento quanto dos que querem mais e mais poder para fazer o Executivo refém de seus interesses oligárquicos e corporativos", emendou.
O PSOL é o único partido da esquerda que não declarou apoio a Lira. Embora os próprios membros admitam que não há chance de vitória, a ideia é reforçar o posicionamento ideológico da sigla que costuma fazer críticas contundentes ao Centrão do atual presidente da Câmara.
A decisão afasta o PSOL do PT, que embarcou na candidatura à reeleição de Lira em nome de garantir governabilidade para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Ainda em novembro, o deputado alagoano ganhou o apoio declarado dos petistas, do PCdoB e do PV (que formam uma federação com o PT), do PSB, legenda do vice-presidente Geraldo Alckmin, e do PDT, que agora integra o governo com o ministro da Previdência, Carlos Lupi.
O PSOL é representado na Esplanada pela ministra Sônia Guajajara (Povos Indígenas). O deputado eleito Guilherme Boulos (SP), líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), chegou a ser cotado para assumir o Ministério das Cidades, responsável pelo programa habitacional Minha Casa Minha Vida, mas a pasta ficou com Jader Filho, num acordo de Lula com o MDB.
Fora da Esplanada, Boulos será o líder da bancada do PSOL na Câmara. Ele foi o deputado federal mais votado de SP na eleição de outubro, com mais de 1 milhão de votos. Em segundo lugar, ficou a deputada reeleita Carla Zambelli (PL), da tropa de choque bolsonarista na Câmara.