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Chegada do zika ao Sudeste é inevitável, diz infectologista

Ontem (27) foram anunciados dois casos de microcefalia em São Paulo, em gestantes que vieram de Pernambuco e da Paraíba

Aedes aegypiti: mulheres grávidas devem redobrar a atenção para evitar o contato com o mosquito transmissor do vírus (Thinkstock/Damrongpan Thongwat)
DR

Da Redação

Publicado em 27 de novembro de 2015 às 14h37.

São Paulo - A chegada do vírus zika ao Sudeste é inevitável, segundo o infectologista Ralcyon Teixeira, supervisor do Pronto-Socorro do Hospital Emílio Ribas, em São Paulo.

Ontem (27) foram anunciados dois casos de microcefalia , na capital, em gestantes que vieram de Pernambuco e da Paraíba.

“Há riscos, devido às chuvas, ao calor e à presença do Aedes aegypiti [mosquito transmissor do vírus]", disse. De acordo com o infectologista, como há Zika circulando pelo Nordeste, é inevitável que o vírus chegue à região Sudeste.

“No final deste ano, é para vir dengue [também transmitida pelo Aedes] com muito força”, acrescentou.

Ralcyon explica que as duas mulheres com casos confirmados em São Paulo já passaram da fase de transmissão do vírus , que dura aproximadamente 11 dias.

“Para essas, mulheres não existe mais riscos, pois ela não têm circulação do vírus no sangue. Assim, não passa para outras pessoas, mesmo com o mosquito as picando”, disse.

Recomendação às gestantes

As mulheres grávidas devem redobrar a atenção para evitar o contato com o Aedes aegypiti. Ralcyon disse que pouco se sabe sobre como a infecção afeta o feto durante a gestação, mas a formação dos órgãos do bebê ocorre até o segundo trimestre da gravidez.

“É o período mais importante. Provavelmente, as infecções mais precoces, no início da gestação, são as que mais comprometem”, disse ele.

A microcefalia pode ser consequência de um problema ósseo da cabeça do bebê, que geralmente se resolve com o tempo, de uma malformação congênita ou infecção adquirida pela mãe (caso do Zica).

Crianças com microcefalia desenvolvem, em 90% dos casos, algum nível de retardo mental.

Por isso, as gestantes devem ficar atentas aos sintomas do Zika: vermelhidão na pele, dor no corpo, febre, coceira e olhos vermelhos. Além disso, a população precisa ajudar na eliminação do mosquito vetor.

“Nunca se tornou tão importante a ideia da prevenção ao mosquito. Não deixar água parada, verificar os focos em casa, usar telas e repelentes de ambiente ou tópicos. A maioria dos focos do Aedes está dentro de casa”, disse Ralcyon.

Ontem, o secretário municipal de Saúde, Alexandre Padilha, também reforçou a necessidade do combate ao mosquito, já que a dengue é potencialmente mais grave para uma gestante do que o vírus Zika.

"O que tenho dito é que a dengue é potencialmente mais grave para uma gestante do que o vírus Zika. Temos relatos de óbitos de gestantes com dengue. Temos relatos de aborto no período de infecção por dengue e de comprometimento do feto", disse Padilha.

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São Paulo - A chegada do vírus zika ao Sudeste é inevitável, segundo o infectologista Ralcyon Teixeira, supervisor do Pronto-Socorro do Hospital Emílio Ribas, em São Paulo.

Ontem (27) foram anunciados dois casos de microcefalia , na capital, em gestantes que vieram de Pernambuco e da Paraíba.

“Há riscos, devido às chuvas, ao calor e à presença do Aedes aegypiti [mosquito transmissor do vírus]", disse. De acordo com o infectologista, como há Zika circulando pelo Nordeste, é inevitável que o vírus chegue à região Sudeste.

“No final deste ano, é para vir dengue [também transmitida pelo Aedes] com muito força”, acrescentou.

Ralcyon explica que as duas mulheres com casos confirmados em São Paulo já passaram da fase de transmissão do vírus , que dura aproximadamente 11 dias.

“Para essas, mulheres não existe mais riscos, pois ela não têm circulação do vírus no sangue. Assim, não passa para outras pessoas, mesmo com o mosquito as picando”, disse.

Recomendação às gestantes

As mulheres grávidas devem redobrar a atenção para evitar o contato com o Aedes aegypiti. Ralcyon disse que pouco se sabe sobre como a infecção afeta o feto durante a gestação, mas a formação dos órgãos do bebê ocorre até o segundo trimestre da gravidez.

“É o período mais importante. Provavelmente, as infecções mais precoces, no início da gestação, são as que mais comprometem”, disse ele.

A microcefalia pode ser consequência de um problema ósseo da cabeça do bebê, que geralmente se resolve com o tempo, de uma malformação congênita ou infecção adquirida pela mãe (caso do Zica).

Crianças com microcefalia desenvolvem, em 90% dos casos, algum nível de retardo mental.

Por isso, as gestantes devem ficar atentas aos sintomas do Zika: vermelhidão na pele, dor no corpo, febre, coceira e olhos vermelhos. Além disso, a população precisa ajudar na eliminação do mosquito vetor.

“Nunca se tornou tão importante a ideia da prevenção ao mosquito. Não deixar água parada, verificar os focos em casa, usar telas e repelentes de ambiente ou tópicos. A maioria dos focos do Aedes está dentro de casa”, disse Ralcyon.

Ontem, o secretário municipal de Saúde, Alexandre Padilha, também reforçou a necessidade do combate ao mosquito, já que a dengue é potencialmente mais grave para uma gestante do que o vírus Zika.

"O que tenho dito é que a dengue é potencialmente mais grave para uma gestante do que o vírus Zika. Temos relatos de óbitos de gestantes com dengue. Temos relatos de aborto no período de infecção por dengue e de comprometimento do feto", disse Padilha.

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