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É certeza que cidadão desarmado aumenta a violência, diz Bolsonaro

Questionado se estaria disposto a voltar atrás caso o número de mortes aumente, respondeu: "Se é marginal que está morrendo, tem que liberar mais ainda"

Jair Bolsonaro no programa de Danilo Gentili, 30/05/2019 (Alan Santos/PR/Divulgação)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 31 de maio de 2019 às 06h16.

Última atualização em 31 de maio de 2019 às 07h16.

São Paulo - O presidente Jair Bolsonaro afirmou que a violência no Brasil tem aumentado desde a instituição do Estatuto do Desarmamento, o que, em sua avaliação, indica que o País precisa de uma nova legislação sobre o assunto. "A certeza de que se vai encontrar o cidadão desarmado é que faz com que a violência cresça", disse, em entrevista ao programa The Noite com Danilo Gentili transmitida nesta sexta-feira, 31.

Questionado se estaria disposto a voltar atrás nos decretos de posse e porte de armas editados por seu governo caso o número de mortes por armas de fogo aumente, o presidente respondeu: "Agora, vou fazer uma polêmica aí. Vou querer saber se são pessoas de bem que estão morrendo ou bandidos. Se é marginal, tem que liberar mais armas ainda".

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Jair Bolsonaro apontou ainda que desde a assinatura do primeiro decreto sobre posse de armas de fogo, em janeiro, o "número de homicídios diminuiu em torno de 24%". "Se foi por causa disso, eu não sei. Mas, se tivesse aumentado, a culpa era minha", disparou.

Educação

Durante a entrevista, o presidente foi perguntado sobre as "trapalhadas" no Ministério da Educação (MEC). Para Bolsonaro, isso decorre do "aparelhamento" da pasta, uma herança dos governos petistas, diz. "Estamos conseguindo dar um norte (ao MEC)".

Sobre as manifestações contra o corte de verba a universidades federais, o presidente voltou a classificar os estudantes como "inocentes úteis", novamente se retratando por ter chamado os manifestantes de "idiotas úteis" logo após os atos do dia 15.

Reforma da Previdência

O presidente também reforçou a importância da reforma da Previdência para a recuperação da situação fiscal e da capacidade de investimento do País, afirmando que sua aprovação mostrará a investidores nacionais e estrangeiros que o Brasil está "fazendo o dever de casa". Questionado sobre o que aconteceria num cenário sem a reforma, ele destacou que em "2022, no máximo, o Brasil quebra".

Bolsonaro reconheceu as dificuldades de seu governo em montar uma base para aprovar o projeto de mudança nas regras de aposentadoria no Congresso, mas avaliou que isso será superado pelo poder de convencimento. De acordo com ele, mesmo os governadores da região Nordeste - que são majoritariamente de oposição - entendem a necessidade da reforma, "mas sabem que o desgaste é muito grande".

O presidente minimizou os problemas de articulação política do governo, dizendo que "para mudar de paradigma leva tempo". Sem usar a expressão "nova política", ele voltou a rejeitar o "toma lá dá cá" ao apontar que "uma minoria" dos parlamentares continua tentando "interagir com o governo de uma forma que não deu certo no passado".

Na entrevista, Jair Bolsonaro afirmou ainda que "pela primeira vez na história" um presidente busca cumprir suas promessas de campanha. Nesse sentido, ele reiterou a intenção de extinguir a Empresa Brasileira de Comunicação (EBC) e disse que o secretário de Desestatização do governo, Salim Mattar, "está tratando do assunto".

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