Após tumulto, Ceagesp suspende cobrança de estacionamento
O mercado de varejo que ocorre aos fins de semana foi cancelado amanhã (15) e domingo (16)
Da Redação
Publicado em 14 de março de 2014 às 20h32.
São Paulo - A cobrança por estacionamento na Companhia de Entreposto e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp), na capital paulista, foi suspensa por tempo indeterminado.
O mercado de varejo que ocorre aos fins de semana foi cancelado amanhã (15) e domingo (16). Segundo o presidente da companhia, Mário Maurici Morais, as demais operações funcionarão “em condições especiais”, limitadas pelos danos sofridos durante o protesto de hoje (14).
Circulam pelo terminal uma média de 12 mil veículos e 50 mil pessoas por dia. Nos fins de semana, quando a maior parte das atividades do atacado não funciona, o movimento é menor.
O protesto contra o início da cobrança para estacionamento de carros e caminhões começou durante a manhã. Cabines e carros foram depredados e um caminhão foi incendiado.
Os manifestantes também atearam fogo ao prédio do Departamento de Entrepostos e ao do setor de fiscalização, que corre o risco de desabar. Dois pelotões da Tropa de Choque entraram pouco depois das 12h30 na Ceagesp e controlaram o protesto. Quatro pessoas ficaram feridas, uma delas à bala.
O presidente do Ceagesp disse que o protesto foi uma “ação de bandidos”. “A Ceagesp foi vítima de um atentado de grande violência que nós lamentamos muito, em especial pelos feridos.”
Para Morais, a ação de hoje foi orquestrada. Segundo ele, um pequeno grupo já tinha tentado causar tumulto ontem (13), mas foi contido pela equipe de segurança da Ceagesp. Ele não soube dizer, no entanto, se são verdadeiras as denúncias de que, na ação de hoje, funcionários da empresa de segurança que presta serviço à Ceagesp usaram munição letal contra os manifestantes.
Na opinião dele, o protesto foi uma reação ao sistema, que além de cobrança, estabelecerá controle de entrada e monitoramento, inclusive com câmeras de segurança, de todo o entreposto. “O que está em jogo é se isso é um espaço público no sentido de que pertence à sociedade ou no sentido de que é de qualquer um”, disse em entrevista coletiva.
Ele destacou ainda que fatos semelhantes ocorreram há dois anos, quando foi anunciado o edital para implementação do sistema de controle e cobrança. De acordo com Morais, não se trata de uma revolta generalizada, mas uma ação de um grupo de cerca de 150 pessoas. “Não está adiada a nossa intenção de fazer o controle de entrada e saída, cobrando ou não”, pontuou.
A partir do próximo dia 20, será proibida a entrada de veículos não relacionados com as atividades da Ceagesp. Os fornecedores, distribuidores e compradores deverão se cadastrar para ter acesso ao entreposto. A medida é necessária, de acordo com Morais, para coibir a prática de crimes dentro das instalações.
“Este não é o ambiente mais adequado para exercer a missão que ele tem”, disse ao citar as 380 ocorrências anuais de crimes dentro do entreposto, como casos de homicídio, furto e exploração sexual de crianças e adolescentes. “Aqui tem de tudo, absolutamente de tudo”, enfatizou.
Segundo o presidente, a cobrança foi a forma encontrada para remunerar a empresa responsável por instalar 360 câmeras em todo o mercado. Além disso, a ideia era reduzir o número de veículos que usam o terminal como estacionamento, prejudicando as atividades da companhia. De acordo com Morais, o valor pago pelos caminhões apenas pela carga e descarga não impactaria nos ganhos das empresas. Segundo ele, para ficar quatro horas dentro do entreposto, o valor cobrado é R$ 4.
A concessionária que venceu a concorrência assinou contrato por sete anos e fez um investimento de cerca de R$ 22 milhões. Do valor arrecadado com a cobrança do estacionamento, 4% são revertidos à Ceagesp.
Segundo Cesár Vaiano, diretor executivo da C3V, empresa responsável pelo sistema, ainda não há uma avaliação dos prejuízos nem se sabe se eles poderão ser cobertos pela apólice de seguro. “Nós temos seguro dos equipamentos colocados aqui. Mas é uma situação atípica, porque não foram danos previstos normalmente. Foi depredação que não sei nem como se enquadraria no contrato de seguro”.
Vaiano ressaltou, no entanto, que o foco imediato da empresa é a segurança dos 230 funcionários que trabalham no terminal e no restabelecimento pleno das operações na Ceagesp. “A nossa empresa é apensa uma ferramenta para ajudar a organizar o sistema de carga e descarga, por meio de monitoramento e controle de acesso.”
São Paulo - A cobrança por estacionamento na Companhia de Entreposto e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp), na capital paulista, foi suspensa por tempo indeterminado.
O mercado de varejo que ocorre aos fins de semana foi cancelado amanhã (15) e domingo (16). Segundo o presidente da companhia, Mário Maurici Morais, as demais operações funcionarão “em condições especiais”, limitadas pelos danos sofridos durante o protesto de hoje (14).
Circulam pelo terminal uma média de 12 mil veículos e 50 mil pessoas por dia. Nos fins de semana, quando a maior parte das atividades do atacado não funciona, o movimento é menor.
O protesto contra o início da cobrança para estacionamento de carros e caminhões começou durante a manhã. Cabines e carros foram depredados e um caminhão foi incendiado.
Os manifestantes também atearam fogo ao prédio do Departamento de Entrepostos e ao do setor de fiscalização, que corre o risco de desabar. Dois pelotões da Tropa de Choque entraram pouco depois das 12h30 na Ceagesp e controlaram o protesto. Quatro pessoas ficaram feridas, uma delas à bala.
O presidente do Ceagesp disse que o protesto foi uma “ação de bandidos”. “A Ceagesp foi vítima de um atentado de grande violência que nós lamentamos muito, em especial pelos feridos.”
Para Morais, a ação de hoje foi orquestrada. Segundo ele, um pequeno grupo já tinha tentado causar tumulto ontem (13), mas foi contido pela equipe de segurança da Ceagesp. Ele não soube dizer, no entanto, se são verdadeiras as denúncias de que, na ação de hoje, funcionários da empresa de segurança que presta serviço à Ceagesp usaram munição letal contra os manifestantes.
Na opinião dele, o protesto foi uma reação ao sistema, que além de cobrança, estabelecerá controle de entrada e monitoramento, inclusive com câmeras de segurança, de todo o entreposto. “O que está em jogo é se isso é um espaço público no sentido de que pertence à sociedade ou no sentido de que é de qualquer um”, disse em entrevista coletiva.
Ele destacou ainda que fatos semelhantes ocorreram há dois anos, quando foi anunciado o edital para implementação do sistema de controle e cobrança. De acordo com Morais, não se trata de uma revolta generalizada, mas uma ação de um grupo de cerca de 150 pessoas. “Não está adiada a nossa intenção de fazer o controle de entrada e saída, cobrando ou não”, pontuou.
A partir do próximo dia 20, será proibida a entrada de veículos não relacionados com as atividades da Ceagesp. Os fornecedores, distribuidores e compradores deverão se cadastrar para ter acesso ao entreposto. A medida é necessária, de acordo com Morais, para coibir a prática de crimes dentro das instalações.
“Este não é o ambiente mais adequado para exercer a missão que ele tem”, disse ao citar as 380 ocorrências anuais de crimes dentro do entreposto, como casos de homicídio, furto e exploração sexual de crianças e adolescentes. “Aqui tem de tudo, absolutamente de tudo”, enfatizou.
Segundo o presidente, a cobrança foi a forma encontrada para remunerar a empresa responsável por instalar 360 câmeras em todo o mercado. Além disso, a ideia era reduzir o número de veículos que usam o terminal como estacionamento, prejudicando as atividades da companhia. De acordo com Morais, o valor pago pelos caminhões apenas pela carga e descarga não impactaria nos ganhos das empresas. Segundo ele, para ficar quatro horas dentro do entreposto, o valor cobrado é R$ 4.
A concessionária que venceu a concorrência assinou contrato por sete anos e fez um investimento de cerca de R$ 22 milhões. Do valor arrecadado com a cobrança do estacionamento, 4% são revertidos à Ceagesp.
Segundo Cesár Vaiano, diretor executivo da C3V, empresa responsável pelo sistema, ainda não há uma avaliação dos prejuízos nem se sabe se eles poderão ser cobertos pela apólice de seguro. “Nós temos seguro dos equipamentos colocados aqui. Mas é uma situação atípica, porque não foram danos previstos normalmente. Foi depredação que não sei nem como se enquadraria no contrato de seguro”.
Vaiano ressaltou, no entanto, que o foco imediato da empresa é a segurança dos 230 funcionários que trabalham no terminal e no restabelecimento pleno das operações na Ceagesp. “A nossa empresa é apensa uma ferramenta para ajudar a organizar o sistema de carga e descarga, por meio de monitoramento e controle de acesso.”