Alessandro Vieira (MDB-SE): senador é relator do projeto (Andressa Anholete/Agência Senado)
Repórter
Publicado em 3 de dezembro de 2025 às 13h33.
A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado adiou nesta quarta-feira, 3, a votação do projeto que cria o marco legal do combate ao crime organizado, conhecido como "PL Antifacção". A análise do texto deve ser retomada na próxima quarta-feira, 10.
O presidente da CCJ, Otto Alencar (PSD-BA), concedeu o pedido de vista coletiva solicitado pelo senador Marcos Rogério (PL-RO).
A solicitação foi apresentada após a leitura do relatório pelo senador Alessandro Vieira (MDB-SE), que sugeriu mudanças no texto. Entre elas, a criação de uma nova fonte de recursos para o combate ao crime organizado, financiada por uma nova taxação sobre casas de apostas esportivas online, as chamadas bets.
O projeto de lei foi aprovado pela Câmara dos Deputados em novembro. No Senado, a relatoria ficou com o senador Alessandro Vieira (MDB-SE), que optou por abrir diálogo com órgãos envolvidos na política de segurança pública e acolheu uma série de sugestões técnicas ao texto.
A versão apresentada por Vieira reformula a proposta aprovada pelos deputados. Em vez de criar uma nova legislação específica para punir integrantes de facções criminosas, o relator propôs atualizar a Lei das Organizações Criminosas, que já está em vigor.
O parecer aprovado pelos deputados havia sido relatado pelo deputado Guilherme Derrite (PP-SP). Apesar de o projeto ter sido enviado pelo próprio governo ao Congresso, a base aliada do Executivo votou contra a proposta na Câmara e passou a buscar mudanças no Senado.
Na semana passada, a área técnica do Ministério da Justiça e Segurança Pública encaminhou ao relator um documento com novas sugestões de alteração.
Na semana passada, o Ministério da Justiça enviou um documento a Alessandro Vieira destacando dez pontos que considera como "problemas essenciais" na versão aprovada pela Câmara.
A proposta original foi elaborada pela própria pasta, mas, durante a tramitação na Casa, o relator, deputado Guilherme Derrite (PP-SP), fez uma série de alterações que, na visão do governo, desfiguraram o texto inicial.
O relatório é uma resposta a um ofício enviado por Vieira ao ministério, solicitando “subsídios técnicos para aprimoramento do texto em análise”. Entre os principais problemas apontados pelo governo, destacam-se a redução de recursos destinados à Polícia Federal e a sobreposição de leis. Esses pontos já haviam sido criticados pelo governo durante a tramitação na Câmara.
Derrite atuou como secretário de Segurança Pública do governo de Tarcísio de Freitas em São Paulo, mas se licenciou do cargo para reassumir seu mandato de deputado federal e relatar o PL. Sua designação causou uma crise entre o governo e o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB).
O relator rebateu as críticas do governo, afirmando que fez ajustes solicitados por integrantes do Executivo. Derrite chegou a apresentar cinco versões do projeto até alcançar o texto final, aprovado por 370 votos favoráveis e 110 contrários.
(Com informações de Agência Senado e Agência O Globo)