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Caso Marielle: Vereador se diz vítima e pede ajuda à Anistia

Marcello Siciliano diz estar sendo vendido como "criminoso, investigado, possível mandante"

Marcello Siciliano: vereador procurou a Anistia Internacional para pedir ajuda (Tomaz Silva/Agência Brasil)

Marcello Siciliano: vereador procurou a Anistia Internacional para pedir ajuda (Tomaz Silva/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 14 de janeiro de 2019 às 20h46.

O vereador Marcello Siciliano (PHS) procurou a Anistia Internacional para pedir ajuda. Ele se diz mais uma vítima no caso do assassinato de sua colega de bancada Marielle Franco (PSOL), morta no dia 14 de março junto com o motorista Anderson Gomes. "Oficialmente, eu sou citado como testemunha do caso, mas estou sendo vendido (pelas autoridades) para a mídia como criminoso, investigado, possível mandante", afirmou. "Eu preciso da ajuda da Anistia, espero que eles me recebam o mais rápido possível."

A assessora de direitos humanos da Anistia Internacional Renata Neder confirmou que o movimento foi procurado pelo vereador. O ex-PM Orlando Araújo de Oliveira, o Orlando Curicica, que se encontra preso em um presídio federal de segurança máxima em Maceió, no Rio Grande do Norte, também teria procurado a Anistia Internacional, denunciando que está sendo pressionado a assumir responsabilidade pelo crime. Os dois foram apontados como mandantes por uma testemunha-chave do caso Marielle.

"Eu não posso dizer se essas pessoas são ou não envolvidas, porque a Anistia não está investigando o caso", afirmou Renata Neder em coletiva por ocasião dos dez meses do crime. "Mas todas as informações divulgadas até agora são suposições. Até agora, não existe um responsável pelo crime.É por isso que precisamos de uma resposta correta. Não podemos mais aceitar essas declarações vazias por parte das autoridades. Precisamos de provas."

Um inquérito policial sobre grilagem de terras na zona oeste levou a uma operação de busca e apreensão em seis endereços ligados a Siciliano em dezembro passado. Foram apreendidos computadores e munição. Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo também em dezembro, o então secretário de segurança Richard Nunes afirmou que Marielle havia sido morta por milicianos ligados à grilagem de terra na zona oeste.

"Eu tinha me colocado à disposição da Justiça para esclarecer os fatos, mas nem consegui acesso aos autos porque sou testemunha", afirma Siciliano. "Aí vão a endereços relacionados a mim com mandatos de busca e apreensão por outro processo. Estou sendo acusado de que, afinal de contas?"

Siciliano questionou a confiabilidade da testemunha-chave do caso Marielle, que teria apontado o envolvimento dele e de Orlando Curicica no crime. "Quem é esse cara? Um miliciano, réu confesso, inimigo do Curicica. Ninguém investiga como ele chegou lá? Porque não foi até hoje à Delegacia de Homicídios? Onde está agora?"

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