Caso Marielle: OAB quer rever inquéritos arquivados por delegados suspeitos de envolvimento
PF afirma que a apuração sobre o crime foi dificultada para que não houvesse conclusão do caso
Agência de notícias
Publicado em 11 de abril de 2024 às 14h19.
Última atualização em 11 de abril de 2024 às 15h00.
A seção do Rio de Janeiro da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-RJ) solicitou informações à Secretaria de Segurança Pública do Rio sobre os inquéritos policiais arquivados no período em que delegados suspeitos de envolvimento nos assassinatos de Marielle Franco e Anderson Gomes estiveram no comando da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC).
O objetivo é rever as investigações conduzidas por Rivaldo Barbosa e Giniton Lages.
Suspeito por atrapalhar as investigações do caso enquanto secretário da Polícia Civil do Rio, Barbosa chefiou a delegacia até a véspera das execuções e está preso desde 24 de março, quando foi deflagrada a Operação Murder Inc. pela Polícia Federal (PF). Já Lages, nomeado pelo antecessor, assumiu a chefia da DHC, que deveria apurar as mortes, na manhã seguinte ao crime e também é investigado.
O advogado Alexandre Dumans, responsável pela defesa de Rivaldo Barbosa, afirmou que o delegado "não tem participação em crime nenhum". Giniton Lages disse que, enquanto comandou a investigação, tomou todas as providências para resolver o caso "em sua integridade".
De acordo com a PF, a apuração sobre o crime foi dificultada para que não houvesse conclusão do caso. Por isso, o requerimento inclui o período em que Barbosa esteve à frente da delegacia. O pedido foi feito também à Procuradoria-Geral de Justiça e à DHC.
A OAB que ter acesso aos documentos arquivados pelo Ministério Público durante o período para que, de acordo com o presidente da Comissão de Direitos Humanos e Assistência Judiciária, José Agripino da Silva Oliveira, as suspeitas do "uso de estratégias com o fim de dificultar investigações sejam apuradas de forma célere".
Além de Rivaldo Barbosa, também foram presos por suspeita de serem mandantes dos assassinatos o deputado federal Chiquinho Brazão (sem partido-RJ) e o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE-RJ) Domingos Brazão.A vereadora Marielle Franco e o motorista dela, Anderson Gomes, foram executados na noite do dia 14 de março de 2018.