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Cantareira tem mais água que há 1 ano

Na terça-feira, 6, o Cantareira tinha 163,8 bilhões de litros. Há exatamente um ano, a reserva era de 161,6 bilhões de litros


	Reservatório do Sistema Cantareira: na terça-feira, 6, o Cantareira tinha 163,8 bilhões de litros. Há exatamente um ano, a reserva era de 161,6 bilhões de litros
 (Sabesp/Divulgação/ABr)

Reservatório do Sistema Cantareira: na terça-feira, 6, o Cantareira tinha 163,8 bilhões de litros. Há exatamente um ano, a reserva era de 161,6 bilhões de litros (Sabesp/Divulgação/ABr)

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Da Redação

Publicado em 7 de outubro de 2015 às 08h15.

São Paulo - Pela primeira vez em cinco anos, o estoque de água disponível no Sistema Cantareira é superior ao de um ano atrás.

As chuvas acima da média em setembro, o racionamento e a economia de água feita pela população ajudaram o principal manancial paulista a reverter uma sequência negativa iniciada em 2010, quando o sistema atingiu 100% da capacidade.

Mas tanto a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) quanto especialistas alertam que a situação ainda é "preocupante" e o consumo deve continuar controlado na Grande São Paulo.

Na terça-feira, 6, o Cantareira tinha 163,8 bilhões de litros, conforme dados divulgados pela Sabesp, considerando as duas cotas do volume morto.

Como todo esse estoque ainda está abaixo do nível mínimo operacional (volume útil), o índice de armazenamento estava em -12,6% da capacidade.

Há exatamente um ano, a reserva era de 161,6 bilhões de litros, ou -12,8%, de acordo com dados da Agência Nacional de Águas (ANA). À época, a Sabesp não divulgava o volume de água dos sistemas, apenas os índices porcentuais.

Embora o Cantareira ainda esteja longe da recuperação - são quase 120 bilhões de litros de volume morto que ainda precisam ser repostos para chegar ao nível zero do sistema -, uma série de fatores aponta uma luz no fim do túnel da crise hídrica, que entrará no segundo ano em janeiro.

O mais importante deles, na visão de especialistas, é que o sistema está entrando na chamada estação chuvosa, que vai de outubro a março, produzindo 39% menos água do que há um ano.

"Diria que é o início da recuperação. A tendência é de que nesse período a gente saia do volume morto, com perspectiva de chuvas por causa do El Niño, e termine a estação chuvosa um pouco acima de zero. Isso dá uma tranquilidade, sem dúvida, mas não permite, de forma nenhuma, afirmar que a crise acabou porque ainda vamos precisar do volume morto em 2016. É imprescindível que o padrão de consumo de água continue baixo", afirma o professor da Universidade de São Paulo (USP) e especialista em recursos hídricos Pedro Luiz Côrtes.

Após chegar próximo do colapso no fim de janeiro, o Cantareira ganhou sobrevida com as chuvas de fevereiro e março, e com a intensificação do racionamento feito pela Sabesp por meio da redução da pressão e do fechamento da rede e com o aumento da economia de água pela população.

A retomada do estoque a um nível melhor do que o de 2014, contudo, só veio após a chuva de setembro, a mais volumosa para este mês em 19 anos.

Para integrantes do governo Geraldo Alckmin (PSDB), a situação hídrica da região metropolitana ficou sob controle após a entrega, na semana passada, da principal obra para evitar o rodízio: a transposição de água da Billings para o Sistema Alto Tietê, que deverá socorrer bairros atendidos pelo Cantareira após ajudar a recompor o manancial que fica na porção leste da Grande São Paulo.

Com a entrega da obra e o fim da estiagem, o sentimento no governo é de que o pior já passou.

Embora outubro de 2014 tenha sido o mês mais seco da história do Cantareira, o presidente da Sabesp, Jerson Kelman, afirma que a probabilidade de o fenômeno do ano passado se repetir é "praticamente nula".

Na semana passada, durante evento sobre a obra de transposição de água da Bacia do Rio Paraíba do Sul para o Cantareira, prevista para 2017, o dirigente classificou o momento como "virada positiva".

Apesar disso, a Sabesp afirma que "a situação hídrica atual é melhor do que a do mesmo período do ano passado, porém segue preocupante e ainda depende do uso racional da água por parte da população".

Segundo a estatal, as chuvas e as obras contribuíram para a melhora do cenário, mas a redução da pressão, que provoca cortes no abastecimento, vai continuar porque "reduz desperdício de água e desgaste da tubulação".

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