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Campinas quer anular questão do Enem com Simone de Beauvoir

Segundo autor da proposta, o governo "contrariou a Constituição Federal, a Convenção Americana de Direitos Humanos e o Plano Nacional de Educação"


	Simone de Beauvoir: câmara municipal de Campinas pediu ao MEC que anule a questão que cita a filósofa francesa
 (Hulton Archive/Getty Images/Getty Images)

Simone de Beauvoir: câmara municipal de Campinas pediu ao MEC que anule a questão que cita a filósofa francesa (Hulton Archive/Getty Images/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 30 de outubro de 2015 às 19h21.

Campinas - Três dias após a aplicação da prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), a Câmara Municipal de Campinas pediu ao Ministério da Educação (MEC) que anule a questão que cita a filósofa francesa Simone de Beauvoir (1908-1986) "para que se restabeleça o respeito ao Estado Democrático de Direito".

A moção foi aprovada na última quarta-feira por 25 votos a cinco e será encaminhada ao MEC.

"É uma iniciativa (do governo federal) demoníaca. Porque eles estão querendo empurrar (o conceito) goela abaixo das pessoas quando se coloca uma situação dessas na prova do Enem", declarou o autor da proposta, Campos Filho (DEM).

O vereador considerou que o governo contrariou a Constituição Federal, a Convenção Americana de Direitos Humanos e o Plano Nacional de Educação.

"Foram buscar lá Simone de Beauvoir, lá para o ano de mil trocentos e pouco (sic) um conceito que ela tinha na época, que ela falou e hoje esse pessoal aí usa (para impor a discussão de gênero)", analisou.

O parlamentar ainda considera que a "maioria da população é a favor da lei da natureza. Homem nasce homem e mulher nasce mulher", concluiu.

Já o vereador contrário à moção, Paulo Bufalo (PSOL), considerou que a Câmara de Campinas segue a tendência ultraconservadora do Congresso Nacional, e incentiva a violência contra a mulher.

"A gente percebe que aqui (em Campinas), alguns vereadores reafirmam com muita rapidez as ideias conservadoras e atrasadas da Câmara Federal e do Senado. Não entendem que a prova do Enem abordou uma questão de produção intelectual", analisou.

Agressão

Outro episódio envolvendo Campos Filho e a discussão de gênero aconteceu no dia 29 de junho, quando a professora Carolina Figueiredo foi agredida a tapas dentro da Câmara Municipal pelo agente da Polícia Federal, Cássio Guilherme Silveira.

A agressão aconteceu durante a discussão do projeto de emenda à Lei Orgânica do Município de Campos Filho que quer proibir a discussão de ideologia de gênero e orientação sexual nas escolas de Campinas. O caso está em investigação pela polícia.

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