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Campanha faz alerta no Dia Nacional em Defesa do Velho Chico

Objetivo da campanha “Eu viro carranca pra defender o Velho Chico” é alertar o Poder Público sobre a importância de revitalizar o rio


	Cânion do Velho Chico: rio vive situação crítica pela estiagem prolongada – a pior em 50 anos
 (Flickr)

Cânion do Velho Chico: rio vive situação crítica pela estiagem prolongada – a pior em 50 anos (Flickr)

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Da Redação

Publicado em 3 de junho de 2014 às 14h33.

Brasília - No Dia Nacional em Defesa do Velho Chico, o Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco promove hoje (3) campanha para mobilizar a população de várias cidades às margens do rio.

O objetivo da campanha “Eu viro carranca pra defender o Velho Chico” é alertar o Poder Público sobre a importância de revitalizar o rio e focar em um planejamento a médio e longo prazo para o São Francisco.

Para o presidente da entidade, Anivaldo Miranda, “a campanha é urgente em uma época de mudanças climáticas, quando temos que aprofundar, intensificar e organizar melhor a gestão de recursos hídricos”.

Segundo ele, uma das grandes batalhas enfrentadas pelo Rio São Francisco é demostrar para o Estado que sua revitalização deve ser vista como parte de um projeto estratégico para o presente e o futuro. “A população não deixa de crescer, as atividades econômicas se multiplicam, o clima torna essa região mais problemática. Ou nós mudamos nossa cultura, ou nós vamos evidentemente observar a intensificação dos conflitos.”

Miranda aponta os vários projetos de uso de recursos hídricos da Bacia do São Francisco, como o corredor multimodal, o projeto da transposição, a expansão dos perímetros irrigados e os canais estaduais. “São projetos que o Poder Público municipal, estadual e federal realiza sem se perguntar até onde vai a capacidade da bacia para atender a todos. Para que os projetos se realizem, precisa ter vazão garantida.”

O presidente do comitê alerta também para a situação crítica que vive o rio pela estiagem prolongada – a pior em 50 anos, agravada pela redução da vazão nos reservatórios.

Para Miranda, a situação é desafiadora. “Desde 2001, está sendo praticada a redução de vazão para atender às hidrelétricas. Eles usam esse recurso que tem um custo ambiental, social e econômico para os demais usuários da água e as hidrelétricas não se manifestam sobre a devida compensação financeira que devem fazer.”

Ele cita também as outorgas dadas pelos estados em rios afluentes da bacia. “Muitos estados ainda não fizeram um trabalho consistente de elaborar seus planos diretores de bacia, mas estão dando outorgas. Fazer isso sem saber a condição do aquífero é como dar um cheque em branco, e o sistema de outorgas é uma farra de cheques em branco, então é preciso fazer essa revisão.”

O presidente do comitê propõe a articulação do chamado Pacto das Águas, por meio do qual se estabeleceria a gestão articulada dos recursos da bacia hidrográfica.

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