Polícia Federal fala com caminhoneiros durante protesto na BR-116, em Curitiba (REUTERS/Rododlfo Burher)
Da Redação
Publicado em 25 de fevereiro de 2015 às 16h47.
Brasília - O representante do Comando Nacional do Transporte na reunião que ocorre hoje (25) com integrantes do governo, Ivan Luiz Schimidt, defendeu a redução imediata do preço do óleo diesel em R$ 0,50 até que seja definido um valor de frete mínimo para os caminhoneiros.
O valor defendido pelo grupo, que se diz responsável pelas manifestações nas estradas federais, é R$ 0,70 por eixo de caminhão a cada quilômetro rodado.
“Não adianta o governo pedir para a gente esperar 120 dias, porque isso significa a gente trabalhando 120 dias de graça”, disse o representante dos caminhoneiros. “Não recebemos aumento no valor do frete há dez anos. Isso significa que já demos nossa colaboração, no sentido de contribuir para a queda da inflação”.
Schimidt informou que o movimento dos caminhoneiros começou nas redes sociais e ganhou corpo de forma espontânea.
“Criamos uma página do Comando Nacional do Transporte no Facebook e depois uma rede pelo WhatsApp para defender nosso lado, já que os empresários não têm interesse em aumentar nosso frete”, informou o caminhoneiro, que mora em Mossoró, no Rio Grande do Norte.
O senador Blairo Maggi (PR-MT), que também participa da reunião, disse que o preço do frete praticado hoje já é maior do que o reivindicado pelo movimento dos caminhoneiros, sendo que os preços são diferenciados por região.
“Já é suficiente para os caminhoneiros voltarem a ganhar dinheiro”, disse. Segundo ele, historicamente o óleo diesel compõe 40% do custo total do frete, no pior momento chegou a 60%, mas já se realinhou e está novamente em 40%.
Maggi também ressaltou que os preços dos fretes sofreram um aumento de mais de 50% quando entrou em vigor a lei que determinou um período de descanso para os caminhoneiros.
Para o senador, o estabelecimento de um preço mínimo do frete não é viável, porque o mercado se modifica muito durante o ano, principalmente no caso de grãos como a soja e o milho que são cotados a preços internacionais.
"Se a Bolsa de Chicago cair e os preços dos fretes ficarem altos, o Brasil não vende para o exterior, e aí os compradores internacionais vão se abastecer nos Estados Unidos", justificou.