Câmara mantém prisão de Chiquinho Brazão por caso Marielle
Eram necessários 257 votos para manter a prisão (maioria absoluta dos membros da Câmara), em votação aberta e nominal — quando os votos de cada parlamentar são divulgados
Repórter de POP
Publicado em 10 de abril de 2024 às 19h37.
Última atualização em 10 de abril de 2024 às 19h46.
Nesta quarta-feira, 10, o plenário da Câmara do Deputados decidiu manter a prisão do deputado federal Chiquinho Brazão , por votos 277 a favor, 129 contra e 28 abstenções. Mais cedo, a CCJ havia votado para manter a prisão do deputado federal, em uma votação de 39 a favor e 25 contra. Saiba como votou cada deputado .
Os deputados optaram por seguir ou rejeitar o parecer de Darci de Matos (PSD-SC), que recomendava manter a prisão de Brazão.Eram necessários 257 votos para manter a prisão (maioria absoluta dos membros da Câmara), em votação aberta e nominal — quando os votos de cada parlamentar são divulgados.
No seu parecer, o relator concordou com a tese do Supremo Tribunal Federal (STF) de que a prisão preventiva do deputado foi decretada por atos de obstrução à Justiça, os quais, segundo o Supremo, “continuavam a ser praticados ao longo do tempo“. Deputados só podem ser presos em flagrante por crime inafiançável.
Acusado de ser um dos mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, Chiquinho e seu irmão Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro (TCE-RJ), foram presos no dia 24 de março.
Votação no plenário
O bloco composto por União Brasil, PP, PDT, PSDB e Cidadania e o que contém MDB, Republicanos e Podemos liberaram as bancadas. A federação do PT, PCdoB e PV, a federação PSOL e Rede, o PSB e o Solidariedade pediram a manutenção da prisão.
Apesar do placar favorável para a manutenção da prisão na CCJ, deputados do Centrão manifestaram incômodo com a forma como a prisão foi feita.
O entendimento é que não cabe prisão preventiva de um parlamentar e que a decisão do STF pode abrir precedentes para que outros deputados sejam presos no futuro. O líder do União Brasil, Elmar Nascimento (União-BA), disse ser contra a decisão do Supremo.
O entendimento é compartilhado pela maioria da bancada da sigla, que é a terceira maior da Casa. Deputados do PP e do Republicanos, partido que chegou a abrir negociação para filiar Brazão, também abrigam deputados insatisfeitos com a prisão. O PL, partido do presidente Jair Bolsonaro, tem maioria contrária à manutenção da prisão.
Caso Marielle
Chiquinho Brazão foi preso preventivamente em 24 de março, acusado de ser um dos mandantes da execução da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes em março de 2018. O irmão do parlamentar, o conselheiro Domingos Brazão, do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro, também foi detido pelas autoridades.
A decisão da prisão do deputado foi tomada pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, e referendada pela 1ª Turma da Corte.
Anteriormente, apenas os ex-policiais Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz haviam sido apontados como participantes do assassinato.
Prisão
Ao ordenar a prisão de Chiquinho Brazão e seu irmão Domingos Brazão, Moraes também determinou que os envolvidos fossem encaminhados para uma unidade federal. Além dos irmãos, o ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, Rivaldo Barbosa, também foi detido.
Barbosa encontra-se detido em Brasília. Enquanto isso, Chiquinho está em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, e Domingos está em Porto Velho, em Rondônia, como medida para evitar que eles mantenham contato.
*Com informações da Agência O Globo