Eike Batista, CEO da EBX: documentos do BNDES mostraram que foram firmados 15 contratos no valor de R$ 10,7 bilhões com empresas do empresário (Patrick Fallon/Bloomberg)
Da Redação
Publicado em 16 de julho de 2013 às 19h31.
Brasília - Numa votação relâmpago na última sessão antes do recesso parlamentar, a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado aprovou nesta terça-feira, 16, um requerimento de convite para que o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, explique as operações de crédito realizadas entre o banco e o grupo empresarial de Eike Batista.
O pedido, apresentado pela senadora Ana Amélia (PP-RS) e pelo líder do PSDB na Casa, Aloysio Nunes Ferreira (SP), tem como base reportagem do jornal O Estado de S. Paulo de segunda-feira, 15, que revelou que o BNDES adiou prazos de cobrança e alterou exigências em contratos de financiamentos com empresas de Eike. Documentos oficiais do banco mostraram que foram firmados 15 contratos no valor de R$ 10,7 bilhões com empresas do grupo de Eike Batista, de janeiro de 2009 a dezembro de 2012, com juros baixos, garantias em ações das próprias companhias ou bens que ainda seriam adquiridos.
"Essas operações foram objeto de muitos comentários, inclusive por parte do presidente do BNDES, com afirmações peremptórias em defesa das operações de crédito em direção a esse grupo", afirmou o líder tucano.
A comissão também aprovou requerimento de convite para ouvir o presidente da Eletrobrás, José da Costa Carvalho Neto. A pedido do senador Francisco Dornelles (PP-RJ), ele será chamado a explicar uma operação uma operação de empréstimo do banco à Eletrobrás e a distribuição de dividendos com base nesse empréstimo. O presidente da CAE, Lindbergh Farias (PT-RJ), deve agendar as duas audiências públicas para depois do recesso parlamentar, em agosto.